Tire suas dúvidas sobre sexualidade feminina com o Dr. Malcolm Montgomery

O médico ginecologista Dr. Malcolm Montgomery responde dúvidas gerais sobre a sexualidade feminina: suspensão de ciclo menstrual, parto, pós-parto e menopausa, assunto que deu origem ao recém lançado livro Era uma Vez a Menopausa.

HORMÔNIOS FEMININOS E A SEXUALIDADE

O ciclo hormonal feminino é um dos fatores que podem influenciar o desejo sexual e o prazer. Diferentemente dos homens, que produzem testosterona (o hormônio da libido masculina) ininterruptamente a partir da puberdade, a mulher só produz estrogênio, o hormônio estimulante da libido feminina, durante metade do ciclo. “Em um ciclo de 21 a 35 dias, com média de 28 dias, o organismo feminino libera estrogênio durante catorze dias após o primeiro dia de menstruação”, diz Malcolm Montgomery, ginecologista e obstetra.

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Durante a infância esses hormônios são inibidos, tendo sua produção iniciada durante a puberdade, sendo responsável pelo aparecimento das características sexuais secundária, tais como surgimento de pelos pelo corpo, desenvolvimento da cintura pélvica (quadril), aumento dos seios, início do ciclo menstrual e ovogênese. Já entre os 45 a 55 anos, ocorre a menopausa, que vai variar de mulher para a mulher. Calores, alterações hormonais e um longo período de instabilidades emocionais começam a surgir e acaba sendo uma fase um pouco conturbada para a mulher, especialmente por conta dessas alterações hormonais.

Por diversas razões, o balanço hormonal pode se alterar, levando a repercussões no dia a dia da mulher. Durante a famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual), por exemplo, ocorre uma retenção de líquidos, que provoca os sintomas emocionais comuns a fase pré-menstrual como irritação, nervosismo, tristeza… Como a ovulação obedece a um ciclo hormonal, toda e qualquer alteração ou oscilação pode levar a um determinado quadro clínico.

“O uso de algumas medicações hormonais pode corrigir estes fatores, levando ao bem-estar físico e emocional. Basta mantermos os níveis hormonais constantes. O uso de pílula anticoncepcional, por exemplo, tende a corrigir estes fatores”, explica o ginecologista.

SUSPENSÃO DA MENSTRUAÇÃO

Segundo o médico, “a suspensão da menstruação pode ser utilizada por todas as mulheres (sendo evitado, é claro, naquelas que o uso de hormônio não é aconselhado). A menstruação não é um fator necessário à vida da mulher. O que acontece é que o mundo moderno conheceu a anticoncepção e a menstruação se tornou mais frequente”.

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A mulher que apresentar um desconforto relacionado ao período menstrual deve procurar seu ginecologista e avaliar qual a terapia ideal, adaptada à realidade específica dela. Não há um tratamento único para todas e, por isso, deve-se sim avaliar cada queixa e tratar cada indivíduo.

“Porém, um dos métodos utilizados atualmente é o uso de um implante com um hormônio, só que sem passar pelo fígado. Você coloca por debaixo da pele e suspende a menstruação por dois meses, seis meses ou três anos”, explica Malcolm, que garante que não se trata de interromper um processo natural e sim de prevenir doenças como a endometriose, maior causa de infertilidade nas mulheres. Acabando com a menstruação, por tabela, você elimina a TPM, as cólicas e os riscos de doenças.

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