Muito além do legado jornalístico de Otavio Frias Filho
Octavio Frias de Oliveira, pai do jornalista, construiu com Oscar Niemeyer edifícios como o Eiffel, na Praça da República

Diretor de redação da Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho morreu na madrugada desta terça (21), aos 61 anos, vítima de câncer no pâncreas. Deixa inacabada uma biografia que preparava sobre o seu pai, que seria mesclada a ensaios sobre sua própria experiência como editor. Assunto não faltava.
Nos anos 50, o pai dele, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), era incorporador e banqueiro. Contratou projetos (e acabou virando amigo) de Oscar Niemeyer. A dupla construiu este Edifício Eiffel, na Praça da República, raro residencial de luxo feito pelo arquiteto de Brasília.
Frias e Niemeyer ainda ergueriam juntos quitinetes, lojas, cinemas, escritórios e apartamentos para classe média, em prédios como Copan, Montreal, Triângulo e o edifício-galeria Califórnia, todos no Centro. Frias ainda empreendeu outros dez edifícios, com arquitetos como Abelardo de Souza, Carlos Lemos e Franz Heep.
Depois de construir a primeira rodoviária da cidade, na Luz, Frias comprou o então deficitário jornal Folha de S. Paulo, em 1962. Seu filho mais velho, Otavio, começou a trabalhar ali ainda adolescente, nos anos 1970, e nos anos 80, já à frente da publicação, encampou a luta por eleições diretas. Além de dirigir o jornal por 34 anos, também foi autor de peças de teatro e livros (merece atenção a ótima coletânea de reportagens Queda Livre – Ensaios de Risco). As múltiplas experiências de pai e filho merecem diversos livros a serem escritos, muito além do legado arquitetônico-jornalístico da dupla.



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