#SPSonha: um centro mais iluminado
Proposta do escritório Königsberger Vannucchi sugere iluminação bem mais presente para roteiros turístico-boêmiogastronômicos da área

São Paulo fracassou em colocar de pé projetos ambiciosos para recuperar o maltratado centrão. Da Nova Luz de Kassab ao novo Anhangabaú de Haddad, passando pelo projeto de Jaime Lerner anunciado por Doria, nem a primeira página dos grandes calhamaços produzidos saiu do papel.
Revolucionário já seria resolver o básico, em uma vasta área insegura e deserta à noite e nos fins de semana, e ainda bem suja de segunda a domingo. A proposta do escritório Königsberger Vannucchi foca especialmente uma iluminação bem mais presente para certos roteiros turístico-boêmiogastronômicos da área, que priorizariam o pedestre (raridade na cidade, onde os postes de luz só miram o bem-estar dos carros). Na imagem superior, uma Avenida Ipiranga com iluminação digna da Gran Vía madrilenha.

“O ambiente construído só se realiza plenamente com a presença de pedestres”, diz o arquiteto Gianfranco Vannucchi. A iluminação serviria como um indutor do percurso. “Muitos pontos do centro são atrativos, mas não têm uma estratégia de amarração.” Esse eixo virtuoso ganharia novas calçadas, sinalização e segurança efetivas no sonho desenhado pelos arquitetos. E estímulos fiscais para novos bares, cafés e comércio, animando o trajeto.

De lugar frequentado e iluminado eles entendem: em 47 anos de trabalho, o escritório viu mais de 300 projetos erguidos, do conjunto multiuso Brascan, no Itaim, à festiva nova sede do Sesc na Avenida Paulista.