Edifício Santa Elisa preserva a elegância do Arouche da década de 20
Projetado por Arnaldo Maia Lello, foi um dos primeiros prédios art déco da cidade

O Largo do Arouche era um dos lugares mais elegantes do centro naqueles anos 1920. Tinha de loja de carros importados a um colégio público (raridade então reservada à elite). Foi ali que o engenheiro, arquiteto e incorporador Arnaldo Maia Lello projetou e construiu o Edifício Santa Elisa, em 1928.

É um dos primeiros prédios art déco da cidade e dos mais belos. Escadas e portões de ferro fundido, mosaicos nos pisos e uma atenção aos detalhes (a fachada, porém, fugiu do original, era toda revestida de pó de mica e pó de pedra). Tem apartamentos de vários tamanhos, de 39 a 110 metros quadrados, e comércio no térreo.

O art déco foi talvez o primeiro movimento realmente global de arquitetura (em uma prévia globalização), com seus geometrismos chegando a países africanos, a Xangai e a Tóquio. Anos depois, Maia Lello adotaria traços mais conservadores ao desenhar seus edifícios mais famosos, o trio São Thomaz, Santa Rita e Santa Virgilia, na Avenida São Luiz com República, em 1944.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 25 de março de 2020, edição nº 2679.