Em 1952, moradores de palacetes da Paulista se opuseram a novo prédio
A discórdia em relação ao Edifício Nações Unidas se deu por causa da galeria o térreo, que traria comércio à via
Os moradores de palacetes da Avenida Paulista se opuseram, em 1952, à construção do Edifício Nações Unidas, com 430 apartamentos de modestos um e dois quartos. Mas falar de vizinhos diferenciados pegava mal. Posicionaram-se contra a galeria que vai até a São Carlos do Pinhal, pois comércio era proibido na fidalga via.
O arquiteto Rino Levi, em uma comissão municipal de paisagem urbana, sugeriu que as lojas fossem voltadas à Brigadeiro Luís Antônio, e o empreendimento foi aprovado. O projeto do arquiteto Abelardo de Souza para os incorporadores Orozimbo Roxo Loureiro e Octavio Frias de Oliveira democratizou a Paulista. Ainda assim, zonas “estritamente residenciais” fazem a cabeça de certa elite, até hoje, com calçadas sem nenhum movimento.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 18 de setembro de 2019, edição nº 2652.