Comer Comer Comer
Fenômeno mundial, o best-seller Comer Rezar Amar, de Elizabeth Gilbert, é um relato autobiográfico que acompanha a reinvenção da autora após um uma fase difícil. No filme homônimo, quem dá vida a Liz é Julia Roberts, que atua ao lado de Javier Bardem e James Franco. Liz é uma escritora de relativo sucesso que, apesar […]
Fenômeno mundial, o best-seller Comer Rezar Amar, de Elizabeth Gilbert, é um relato autobiográfico que acompanha a reinvenção da autora após um uma fase difícil. No filme homônimo, quem dá vida a Liz é Julia Roberts, que atua ao lado de Javier Bardem e James Franco.
Liz é uma escritora de relativo sucesso que, apesar de ter êxito na carreira e ser casada, sente um vazio que não consegue sanar. Decide, então, eliminar o problema mais gritante, e divorcia-se. Como plano para se reencontrar, ela inicia uma deliciosa viagem de um ano – não sem antes engatar num breve relacionamento com David (papel do talentoso James Franco). Como o título indica, o primeiro destino é dedicado ao que a gente aqui da redação mais gosta: aproveitar o que a gastronomia tem a oferecer. A escritora desembarca na Itália (onde mais?!) decidida a provar todos aqueles pratos que são verdadeiras perdições… Desencana de manter a forma, protagonizando uma cena divertida em um provador, quando tenta vestir uma calça que certamente não lhe cabe mais. Mas nem os quilinhos a mais a abalam: ela continua experimentando sorvetes, massas com muuuito molho, e quase devora uma pizza inteira em Nápoles. É na terra da tarantella que vivencia o lema “dolce far niente”.
Passado um período de imersão na gastronomia, Liz busca equilíbrio espiritual e emocional na Índia, onde aprende técnicas de meditação que a ajudam a continuar sua trajetória. Toda a luxúria da comida italiana e da rotina que levou em Roma dá lugar a aspectos simples da vida, como o silêncio reflexivo.
Em Bali, último lugar da viagem, é que um acontecimento causa uma reviravolta na vida de Liz. Após conhecer o brasileiro Felipe (Bardem), ela redescobre o amor e o preenche o vazio que tanto a insatisfazia.
É um filme clichê, claro, com tons de auto-ajuda e de público alvo majoritariamente feminino. O longa também derrapa ao retratar italianos, indianos, indonésios e o brasileiro de maneira caricata. Mas não há como não invejar todos os lugares lindos que a protagonista visita – as tomadas em Roma são o ponto forte da fotografia – e, para gente que só pensa em gastronomia, a verdade é que o filme podia se chamar Comer Comer Comer.
Por Natalia Horita