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Cerveja defumada, a nova moda etílica

Victória Khatounian Enquanto os bares nova-iorquinos apostam em drinques com destilados, xaropes e gelo defumados, aqui, essa moda etílica está mais restrita ao universo das cervejas. De origem alemã, a do tipo rauchbier traz o acentuado sabor de fumaça (rauch, em alemão), característico de um preparo feito a partir de maltes defumados. Uma das lendas […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 12h31 - Publicado em 3 Maio 2012, 19h16

Victória Khatounian

Fabricada desde 1678 em Bamberg, a alemã Aecht Schlenkerla é a mais tradicional das rauchbiers

Enquanto os bares nova-iorquinos apostam em drinques com destilados, xaropes e gelo defumados, aqui, essa moda etílica está mais restrita ao universo das cervejas. De origem alemã, a do tipo rauchbier traz o acentuado sabor de fumaça (rauch, em alemão), característico de um preparo feito a partir de maltes defumados. Uma das lendas em torno da sua origem está ligada à história de um cervejeiro cujos maltes foram contaminados por fumaça durante um incêndio. O produtor, por ser muito pobre, teria utilizado aquele mesmo malte na produção da sua bebida. Para surpresa do homem, o resultado agradou tanto a clientela que ele decidiu adotar o método daquele momento em diante.

Romantismo à parte, um leve toque defumado sempre esteve presente nas cervejas em geral, devido ao antigo uso de fornos a lenha para secar o malte. Com a modernização da indústria cervejeira, no século 18, as produtoras passaram a utilizar combustíveis fósseis (como óleo e carvão) na queima dos grãos e eliminaram traços de fumaça da grande parte das cervejas – a do tipo rauchbier se transformou em uma exceção.

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O Bier Markt, bar com a melhor carta de cervejas de Porto Alegre, segundo o júri de VEJA “Comer & Beber” 2012/2013, é um dos brasileiros que serve rauchbier. Pedro Braga, sócio da casa, lembra que as cervejarias mais tradicionais ainda seguem o processo original de produção da bebida. Na cidade alemã de Bamberg, por exemplo, a cerveja é feita de malte defumado e de maltes secos no forno a lenha.

Mas não é preciso atravessar o oceano para experimentá-la. Por aqui, as cervejarias Eisenbahn, de Blumenau, e Bamberg, de Votorantim, não só produzem como já levaram prêmios internacionais pelas suas versões de rauchbier. A Eisenbahn Rauchbier ganhou medalha de bronze no Australian International Beer Awards 2009. Já a Bamberg Rauchbier levou medalha de prata no European Beer Star 2009. “As nacionais são mais suaves do que as alemãs, mas seguem a mesma fórmula. Foram apenas adaptadas ao paladar brasileiro”, explica Pedro.

A rauchbier harmoniza com ingredientes ou receitas defumados, caso de queijos, linguiça, salsicha, salmão, porco e feijoada. Ainda distante do grau de ousadia das vodcas de salmão defumado ou de bacon (que passaram a incrementar o bloody mary nos Estados Unidos), ela já começa a despertar a atenção dos consumidores por aqui. “Nós colocamos uma torneira de chope só de Bamberg Rauchbier, e ela tem saído bem mais do que eu esperava”, conta Pedro.

Veja, a seguir, uma lista de bares brasileiros onde você pode encontrar esse tipo de cerveja.