Resposta de Rafinha Bastos a Gregório Duvivier movimenta a web: “amor de verdade não tem poesia”
O comediante Rafinha Bastos se inspirou na (controversa) crônica publicada por Gregorio Duvivier na Folha de S. Paulo para sua própria contar sua própria história de amor. Se a declaração de Duvivier à ex-mulher é cheia de referências a música, gastronomia, Rafinha é um pouco menos… elegante. + Casal faz ensaio inspirado em Diário de Uma Paixão para celebrar 57 […]

O comediante Rafinha Bastos se inspirou na (controversa) crônica publicada por Gregorio Duvivier na Folha de S. Paulo para sua própria contar sua própria história de amor. Se a declaração de Duvivier à ex-mulher é cheia de referências a música, gastronomia, Rafinha é um pouco menos… elegante.
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“Fiquei abismado com o número de amigas que compartilharam o link com frases como ‘isso que é amor’, ‘eu quero um amor assim’ e ‘é lindo quando a gente encontra um amor de verdade’“, escreveu. O texto, que já tem mais de 150 000 curtidas no Facebook, ele conta detalhes de como conhecer a mulher, Junia, em uma boate no centro de São Paulo. “Foi como se uma sereia tivesse saído do Rio Tietê”, brincou. O casal está junto há 15 anos.
Ao longo do texto, ele recorda várias situações que, para ele que seriam os verdadeiro símbolos do amor “de verdade”: “Amor de verdade é brigar pelo lençol, é disputar o carregador de bateria e ficar puto quando o outro não atende o celular.”
Leia na íntegra:
“Desculpe o transtorno, Gregorio. Preciso muito falar da Junia.
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Meu amigo, Gregorio Duvivier. Li a tua declaração de amor a Clarice na Folha. Curti muito, claro, mas confesso que fiquei abismado com o número de amigas que compartilharam o link com frases como “isso que é amor”, “eu quero um amor assim” e “é lindo quando a gente encontra um amor de verdade”.
A minha visão de “amor de verdade” é bem diferente. Permita-me contar a minha história.
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Não conheci ela no jazz, na infância nem no ICQ. A primeira vez que nos vimos, foi numa balada alternativa (pra não dizer dos infernos) no centro de São Paulo. Era 4h30 da manhã e a festa já estava vazia. Eu tinha 3 opções: o travesti que fazia cover da Madonna, a tiazinha da limpeza ou a Diolinda, chefe do caixa (que depois virou minha amiga).
Foi quando do meio daquele cenário de destruição, ela apareceu. Foi como se uma sereia tivesse saído do rio Tietê. Lembro dela ter dito: “Oi”. Fiquei eufórico. Sei que um “oi” não é grande coisa, mas, naquele cenário, só dela não me pedir uma pedra de crack já era um ótimo sinal.
Ficamos uma, duas, três vezes. Na quarta ela se mudou pra minha casa. Eu não questionei. Minha única companhia nessa cidade era um pote de manteiga que eu guardava debaixo do sofá. A entrada dela na minha vida era quase uma necessidade (na verdade eu meio que namorava com uma stripper, mas não vale o destaque. Uma amiga me contou que ela deu uma facada num cara… sei lá. Uma mulher muito estranha).
Desde de que conheci a Junia, tudo mudou na minha vida (graças a Deus, afinal, eu estaria internado em alguma clínica de reabilitação agora). Foi muito forte. Rapidamente me dei conta de que aquilo era de verdade. A Junia foi, é ainda é, a minha parceira. A pessoa com quem eu sei que posso contar. A mulher que me deu um filho. O amor da minha vida (e mais todas as frases feitas que você possa imaginar).
Mas o nosso amor não tem essa firula toda não, Gregório. A gente não fez filme, não fez poesia, nem música. O máximo que a gente fez foi foi um criado-mudo de madeira e um quebra-cabeça de 498 peças (duas o meu cachorro Walmor engoliu).
Pra mim, amor de verdade não é jazz, gastronomia e nem debate sobre cisgênero. Amor de verdade é brigar pelo lençol, é disputar o carregador de bateria e ficar puto quando o outro não atende o celular. Amor de verdade é pentelho no sabonete, é calcinha no box e cagada de porta aberta. Amor de verdade é ver a tua mulher pelada durante 13 anos e ainda ter tesão. É olhar no rosto do teu filho e comemorar que ele não herdou a tua cara feia e só se parece com ela. É chegar em casa e ficar feliz só de ver que todos estão vivos (não precisa nem vir abraçar… é só estar vivo que já tá beleza).
Amor de verdade (aquele que dura) não tem poesia… sequer tem trilha sonora. Música dura muito pouco. Na vida real, a felicidade pode estar no silêncio. O silêncio que me permite, finalmente, abraçar a minha mulher e ver a porra da minha série do Netflix em paz. Simples assim.
PS: Adorei a parte do seu texto sobre os risotos. A gente tentou fazer a um risoto uma vez, mas queimou. Ela colocou a culpa em mim. Eu fiquei puto e saí de casa. Comi um yakissoba na esquina. Ela me ligou 1 hora depois e pediu pra eu levar um hamburguer. Eu comprei… e comi no caminho. Passei mal.”
Muita gente achou que relato de Rafinha fala de relacionamentos de um jeito mais “sincero”. Outros, o acusaram de estar pegando carona na repercussão do texto do colega para se promover. “Na vida real o amor está nas pequenas coisas do dia a dia, sem muita firula e poesia”, comentou uma seguidora.
Confira a repercussão:
Se não tiver alguém ou algum assunto pro Rafinha Bastos pegar carona pra se tornar assunto, ninguém lembra que ele existe.
— Mateus Oliveira (@Mtheus_Oliveira) September 13, 2016
um futuro emocional distópico em que as pessoas estão discutindo entre as visões de amor de gregório duvivier e rafinha bastos
— João Luis Jr. (@joaoluisjr) September 13, 2016
sobre a ~resposta~ do Rafinha ao Gregório (o que já é bizarro por si só): não vem com “amor de verdade é…”, cagador de regra.
— Galo de Tênis™ (@jotadablio) September 13, 2016
Rafinha Bastos e Gregório com textinho de amor… logo vou escrever um também.
“Me lembro de quando te vi tão menina, tão criança…”.
— Temer Sincero (@TemerSincero1) September 13, 2016
vocês discutindo sobre os textos do Gregório Duvivier e o do Rafinha Bastos, eu fico pensando como não achei nenhum dos dois tipos de amor
— É DIEGO MÜLLER! (@_DiegoMuller) September 13, 2016
Gregorio, Rafinha Bastos, Globo passando filme triste de amor na Sessão da Tarde. É… parece que o mundo tá na bad
— ToComFome (@TenhoDepressao) September 13, 2016
E você, se identifica mais com qual versão do “amor de verdade”? Deixe seu comentário e aproveite para curtir nossa página no Facebook.