O pedido de ajuda desta mãe está dando o que falar no Facebook
"Escrevi a carta aberta porque eu sei que muitas mulheres enfrentam problemas semelhantes aos nossos", revelou a mulher após a repercussão do desabafo
Celeste Erlach tem uma rotina atarefada: além de trabalhar, a mãe de 38 anos precisa estar sempre atenta ao filho de 4 anos de idade e ao bebê recém-nascido da família. Apesar de gostar da maternidade, a mulher muitas vezes perde a paciência e tem suas energias drenadas pela convivência com as crianças e os afazeres domésticos. Após quase “quebrar”, ela tomou uma decisão: resolveu publicar uma carta no Facebook pedindo ajuda ao marido.
“Querido marido, Eu. Preciso. De. Você“, escreveu Celeste na publicação que está dando o que falar nas redes sociais.
Já são mais de 3 800 compartilhamentos em poucos dias. “Escrevi a carta aberta porque eu sei que muitas mulheres enfrentam problemas semelhantes aos nossos. Eu discuto o assunto o tempo todo com as minhas amigas. Eu quis compartilhá-la para começar uma discussão maior. Quero que as mulheres se sintam encorajadas a pedir ajuda. Quero que os maridos saibam que nós precisamos de ajuda“, contou ao Bored Panda.
O texto emocionante começa com a lembrança de uma noite na casa da família — Celeste garante que discute esse assunto com o marido em particular, mas que quis compartilhar a história para ajudar outras mães: “A noite passada foi difícil para você. Eu pedi para que você cuidasse do bebê para que eu pudesse ir para a cama mais cedo. O bebê estava chorando. Esperneando, na verdade. Eu conseguia ouvi-lo do andar de cima e o meu estômago se contorceu com o som. Fiquei me questionando se eu deveria descer e te ajudar ou se eu deveria fechar a porta para que eu pudesse dormir, algo que eu desesperadamente precisava fazer. Eu escolhi a segunda opção“.
“Você entrou no quarto 20 minutos depois, com o bebê ainda chorando frenéticamente. Você colocou o bebê no berço e gentilmente empurrou o berço alguns centímetros para mais perto do meu lado da cama, um gesto claro de que você estava cansado de cuidar dele. Eu queria gritar com você. Eu queria começar uma discussão épica naquele momento. Eu estou cuidando do bebê e do nosso filho pequeno o dia inteiro. Eu iria acordar a noite inteira para amamentá-lo. O mínimo que você poderia fazer era segurá-lo por algumas horas à noite para que eu tentasse dormir. Só algumas horas de sono precioso. É pedir muito?“. Confira:
Na sequência, Celeste fala da experiência que eles tiveram enquanto cresciam: “Sei que nós dois observamos os nossos pais cumprirem os papéis respectivos de mãe e pai enquanto crescíamos. As nossas mães eram as principais cuidadoras e os nossos pais não influenciavam no processo. Eles eram pais excelentes, mas não se esperava que eles passassem muito tempo trocando faldas, alimentando e cuidando das crianças. As nossas mães eram as super-mulheres que mantinham a dinâmica familiar. Cozinhavam, limpavam e criavam os filhos. Toda a ajuda dos pais era bem vinda, mas inesperada“.
“Vejo que nós estamos caindo cada vez mais nessa dinâmica familiar a cada dia. A minha responsabilidade de alimentar a família, manter a casa limpa e cuidar das crianças é previamente assumida, mesmo que eu tenha que voltar ao trabalho. Eu me culpo por isso. Eu coloquei o precedente: eu consigo fazer isso. A verdade é que eu quero fazer tudo isso. Sem ofensas, mas eu não tenho certeza se eu quero saber o que seria uma semana de jantar se você fosse encarregado da tarefa“.
Ela também aborda a culpa que muitas mulheres sentem ao não conseguir finalizar todas as tarefas do dia a dia: “Eu também vejo as minhas amigas e outras mães fazendo tudo, e fazendo bem. Eu sei que você também vê. Se elas conseguem, e se as nossas mães também conseguiram, por que eu não consigo? Eu não sei“.
“As nossas amigas podem estar interpretando um papel em público e sofrendo secretamente. Talvez as nossas próprias mães tenham sofrido em silêncio por anos e agora, trinta anos depois, elas simplesmente não se lembrem mais como era. Ou, e isso é algo que eu me questiono todos os dias, eu não sou qualificada o suficiente para o trabalho como todo mundo. Eu preciso dizer isso, mesmo que me deixe arrepiada: eu preciso de mais ajuda“.
A culpa volta a aparecer na sequência do texto: “Parte de mim parece uma fracassada por simplesmente perguntar. Você ajuda. Você é um pai incrível, e faz um trabalho ótimo com as crianças. Além disso, isso deveria ser fácil para mim, não? Instintos maternais, certo? Mas eu sou humana, e eu estou dormindo cinco horas e estou cansada demais. Eu preciso de você“.
Na sequência, Celeste mostra como o companheiro pode ajudá-la no dia a dia: “Pela manhã, eu preciso que você deixe a criança pronta para o colégio para que eu possa tomar conta do bebê e preparar o almoço de todo mundo, além de beber uma xícara de café. E não, deixar o nosso filho mais velho pronto não quer dizer colocá-lo na frente da televisão. É ter certeza que ele foi ao banheiro, dar o café da manhã para ele, perguntar se ele precisa de água e preparar a sua lancheira para a escola“.
“À noite, eu preciso de uma hora para relaxar na cama sabendo que o nosso filho está dormindo em seu quando e o bebê está sob os seus cuidados. Eu sei que é difícil ouvir o bebê chorar. Acredite em mim, eu sei. Mas se eu consigo olhar e pacificar o bebê na maior parte do dia, você pode fazê-lo por uma hora ou duas à noite. Por favor. Eu preciso de você“.
“Aos fins de semana, eu preciso de mais folgas. Um tempo para que eu possa sair de casa sozinha e me sentir um indivíduo. Mesmo que seja só para dar uma volta no quarteirão ou uma viagem até o supermercado. E nos dias que eu marquei aulas de natação e encontros com amiguinhos, e parece que eu tenho tudo sob controle, eu preciso que você me ofereça uma mãe. Ou apenas sugira que eu vá me deitar enquanto as crianças tiram um cochilo. Ou comece a guardar a louça sem que eu precise sugerir. Eu preciso de você“.
“Finalmente, eu preciso ouvir que você é grato por tudo o que eu faço. Eu quero saber se você nota a roupa lima e dobrada e o jantar especial que eu preparei para você. Eu quero saber que você aprecia que eu amamento a todo o momento e faço e que eu tiro leite quando estou trabalhando quando seria mais fácil usar uma fórmula. Espero que você repare que eu nunca peço para você ficar em casa para os seus eventos de trabalho ou atividades esportivas. Como a mãe, é previsível que eu fique em casa o tempo inteiro, sempre disponível para cuidar das crianças, enquanto você está fora e eu alimento essa suposição ao, bem, ficar em casa o tempo todo“.
Celeste, então, finaliza o pedido: “Sei que não é como os nosso pais fizeram, e eu odeio perguntar. Eu gostaria que eu pudesse fazer tudo sem mostrar esforço algum. E eu desejaria que eu não precisasse de incentivo para fazer coisas que a maioria espera que mães façam. Mas eu estou me rendendo e admitindo que eu sou apenas humana. E estou falando o quanto eu preciso de você e, se eu continuar na rotina que eu tenho enfrentado, eu vou quebrar. E isso irá te machucar, machucar as crianças e a nossa família. Porque, vamos admitir, você também precisa de mim“.
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