“Não somos estúpidas”, diz Ana Paula Padrão sobre bebês reborn
Apresentadora faz reflexão em vídeo para que mulheres não sejam rotuladas com base em assuntos que viralizam nas redes

A apresentadora Ana Paula Padrão usou seu perfil no Instagram para fazer uma reflexão, e apresentar dados, sobre o fenômeno dos bebês reborn. Para a jornalista, a crescente abordagem no assunto sobre as bonecas hiper-realistas, assim como a viralização das chamadas esposas troféu – mulheres que não trabalho e têm as despesas custeadas pelo marido e passam o dia cuidando de si – são formas de rotular mulheres.
“Não somos estúpidas a esse ponto, nem infantis a esse ponto”, alerta a apresentadora, que trouxe dados para o assunto.
“Esses fenômenos chegam até mim e provavelmente chegam até você como se essas fossem as tendências pro futuro das mulheres. Oi? Eu não estou nem aí se uma mulher adulta quer brincar de boneca […] Também não estou nem aí se ela ela quer virar um troféu para o marido exibir socialmente. Mas isso, gente, não representa as mulheres, porque nós não somos estúpidas a esse ponto, nem infantis a esse ponto. O mercado global de bebês Reborn foi de 1 bilhão e 200 milhões de dólares em 2023 e a projeção para esse ano é de que chegue a 1 bilhão e 800 milhões de dólares. É desprezível? Não, mas é pequeno, é nichado”, afirmou a jornalista em um vídeo publicado no domingo (18) e que já teve cerca de 136 mil curtidas.
“O Brasil tem 25 milhões de mulheres que trabalham com vínculo formal, carteira assinada, que todo dia deixam as suas casas para trocar sua força de trabalho por um salário para alimentar filhos de verdade. Você por acaso tem uma vizinha que é esposa troféu ou encontra todo dia com mães de bebês Reborn na pracinha do seu bairro ou tem um monte de amigas que passa o dia colorindo livro de ursinho? Eu imagino que não, né?”, diz Ana Paula.
A apresentadora diz que assim como surgiram os fenômenos bebê reborn e esposa troféu, surgiram conteúdos sobre homens subindo montanhas e “prometendo ser bons pais de família para mulheres que os esperam com um café quentinho”.
“Li alguns artigos publicados em mídias não muito conhecidas, meio obscuras que defendem que o Reborn é o resultado do fracasso da cultura feminista que apagou o instinto materno em nome da libertação das mulheres. E agora as arrependidas só resta embalar no colo uma fantasia. Artigos escritos por ‘tchanam’, sim, por homens. E você sabe de que tipo de homem eu estou falando. Então eu te convido a pensar. A quem interessa nos rotular de infantis, nos transformar em perturbadas mentais, incapazes, vítimas de movimentos radicais, incapazes de viver sem a proteção de um homem. A quem interessa?, conclui a jornalista.