Poder SP - Por Sérgio Quintella
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Revelamos o gosto pessoal de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes
Da música predileta à comida favorita, passando por livros e ídolos, os candidatos falam de suas preferências
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25 out 2024, 10h36
A poucas horas de escolher seu próximo prefeito, responsável por gerir um orçamento de cerca de 120 bilhões de reais em 2025, os paulistanos vivenciaram duas situações distintas nesta eleição.
Enquanto o primeiro turno foi marcado por baixarias e agressões entre postulantes, o segundo escrutínio, que termina no domingo (27) e é disputado entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), foi praticamente sombreado por discussões em torno dos culpados pelo apagão do dia 11, que deixou milhões de pessoas no escuro.
Com pouco espaço para a discussão de ideias, os eleitores praticamente não tiveram a chance de conhecer as propostas e, sobretudo, seus candidatos mais a fundo.
É claro que os planos de governo de cada um são o tema central do processo eleitoral.
Enquanto Nunes promete aumentar as escolas em tempo integral e iniciar importantes obras de mobilidade nas zonas Leste (BRT Radial e Aricanduva) e Sul (Aquático na Represa de Guarapiranga), por exemplo, seu oponente prevê isentar os motoristas de aplicativos do rodízio de veículos. Além disso, Guilherme Boulos pretende dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (passando de 7 000 para 14 000 agentes).
Porém, é justo e necessário que a população saiba quem é, o que pensa e do que mais gosta seu próximo prefeito.
A pedido de Vejinha, Nunes e Boulos responderam sobre o que mais apreciam.
Leia a seguir.
Guilherme Boulos
Está lendo algum livro? Estou relendo A Guerra: a Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil, do Bruno Paes Manso e da Camila Nunes Dias, para poder lidar com os nossos adversários em São Paulo.
E antes desse, qual leu? São Paulo nas Alturas, do Raul Juste Lores.
Qual o estilo de música favorito? Gosto de samba e pagode.
A música predileta? Tá Escrito, do Grupo Revelação e Xande de Pilares, que virou até jingle da nossa campanha. Música que fala de esperança, coragem, de ter fé na mudança.
A comida que não pode faltar no dia a dia? Arroz e feijão.
De qual restaurante mais gosta? São Paulo é um lugar pra se comer bem. Tem tanto lugar legal, tanta comida boa, de todo canto do mundo, que é difícil escolher. Gosto muito do Mocotó.
Pratica esportes? Se sim, qual? Eu fazia boxe. Agora, em campanha, não tenho conseguido praticar.
Qual seu local predileto em São Paulo? O bairro onde eu moro, o Campo Limpo. Lugar que escolhi com a Natalia, minha esposa, para viver e criar nossas duas filhas, Sofia e Laura.
O filme da sua vida? Difícil escolher apenas um. Gosto muito de cinema. Tem um filme que particularmente me impactou e ajuda a entender o Brasil: Que Horas Ela Volta?, da Anna Muylaert.
A que shows foi neste ano? Fui a um show do Djonga. E fui, junto com a minha vice, Marta, ao musical sobre a vida da Rita Lee.
Uma memória do tempo de estudante, na escola? Sempre lembro de um professor de geografia do ginásio, de que já contei algumas vezes porque ele fez uma pergunta que foi um divisor de águas na minha vida. Ele perguntou como era possível o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, ter milhões de pessoas passando fome. Essa é uma questão que martela na minha cabeça até hoje e que me fez acreditar, do fundo da alma, que temos que mudar isso. Não podemos aceitar ter gente passando fome.
O que São Paulo representa para você? São Paulo é a cidade onde eu nasci e escolhi viver. A cidade da diversidade, da cultura, do pão com média na padaria, do pagode, do corre. E espero que volte a ser a cidade das oportunidades para as pessoas, aquela que acolheu os imigrantes, os trabalhadores nordestinos.
Artistas favoritos? Como um fã de pagode, não tem como deixar de ouvir o rei de todos: Zeca Pagodinho.
Um ídolo? Doutor Sócrates.
Um hobby? Jogar baralho com minhas filhas.
Qual atividade faz ou habilidade tem que as pessoas não sabem? Às vezes banco o cozinheiro em casa e faço costela.
Uma curiosidade sobre você? Sempre curti cachorro, mas recentemente também virei gateiro. Até adotamos um gatinho em casa, chamado Mafaldo, que faz companhia pra Amora, nossa cachorra.
Quais serão as primeiras cinco medidas que tomará, caso eleito, a partir de 1º de janeiro?
1. Iniciar a implementação do Poupatempo da Saúde pra zerar a fila de espera e fazer de São Paulo um SUS modelo.
2. Criar um programa para resolver o problema da população em situação de rua, porque é inaceitável ter mais de 80 000 pessoas sobrevivendo nas ruas na cidade mais rica do Brasil.
3. Passar a limpo os contratos da prefeitura com suspeitas de atuação do crime organizado, porque nós não podemos permitir que a milícia e o crime tomem conta da nossa cidade.
4. Inspirado nas experiências de grandes metrópoles globais, vou implementar o maior programa de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas na cidade de São Paulo.
5. Convidar o governador Tarcísio, o presidente Lula e o ministro da Justiça (Ricardo Lewandowski) para discutir uma política integrada de segurança pública na cidade de São Paulo.
Ricardo Nunes
Está lendo algum livro? Churchill, o Jovem Titã.
E antes desse, qual leu? (O candidato não respondeu.)
Qual o estilo de música favorito? Sertanejo e gospel.
A música predileta? Faz um Milagre em Mim, do padre Marcelo Rossi; Infinitamente Mais, de Ton Carfi; Horizonte Azul, de Leandro e Leonardo.
A comida que não pode faltar no dia a dia? Pão com manteiga na chapa e café preto de coador com açúcar.
De qual restaurante mais gosta? Passo tanto tempo na rua, trabalhando, que tudo que desejo é comer em casa. Minha casa é meu restaurante favorito, mesmo porque não quero me indispor com os amigos. Se eu disser que prefiro um, o outro vai ficar chateado.
Pratica esportes? Se sim, qual? Sempre gostei de futebol, de assistir e de jogar uma pelada mesmo. Faz tempo que não consigo praticar, mas é o que gosto. Quando jovem, me aventurei também no judô.
Qual seu local predileto em São Paulo? Represa de Guarapiranga. Além de ser um lugar lindo, traz boas lembranças da infância. Costumava jogar bola lá com a molecada.
O filme da sua vida? Titanic.
A que shows foi neste ano? Fui à Virada Cultural, andei por vários palcos de diferentes estilos. Gostei muito do show da Simone Mendes, em Itaquera (a apresentação ocorreu em 2023), e também da Maiara e Maraisa, em M’Boi Mirim. No Show da Virada,na Avenida Paulista, a contagem regressiva foi com Chitãozinho e Xororó, emocionante!
Uma memória do tempo de estudante, na escola? Eu tenho uma memória afetiva das eleições dos grêmios estudantis. Lembro de ir de sala em sala, pedindo voto e depois fazendo a apuração. Lembro dos votos com “Ricardo” escrito e um coraçãozinho (risos). Sempre gostei de disputar eleições, do processo de convencimento das pessoas, do exercício da democracia e da emoção da apuração para o resultado.
O que São Paulo representa para você? Eu amo esta cidade! São Paulo é acolhedora e terra de oportunidades. Acordar e concretizar ações que diminuam as desigualdades sociais e melhorem a qualidade de vida das pessoas é o que me move todos os dias!
Artistas favoritos? Regina Duarte e Tony Ramos.
Um ídolo? Meu pai, Luís Nunes. Faleceu em 1990, uma inspiração e exemplo. Sinto muita falta dele.
Um hobby? Caminhar pelo Parque Jacques Cousteau, mais conhecido como Parque do Laguinho, perto da minha casa, na Zona Sul.
Qual atividade faz ou habilidade tem que as pessoas não sabem? Eu cozinho, e bem, é o que dizem lá em casa. Faço um picadinho e uma carne de panela deliciosos, que já viraram tradição na família.
Uma curiosidade sobre você? Gosto muito de dirigir e também de andar a cavalo.
Quais serão as primeiras cinco medidas que tomará, caso eleito, a partir de 1º de janeiro?
1. Retomar a Prefeitura Presente na cidade, em que todos os serviços e a administração, incluindo o prefeito e seu secretariado, passam o dia todo numa região.
2. Alinhar o cronograma e o início das obras para entrega dos Centros TEA (transtorno do espectro autista) e do Paulistão da Saúde o mais rápido possível.
3. Implantação do ensino de tempo integral para todas as crianças no ciclo fundamental, principalmente até a alfabetização.
4. Alinhar, dentro do nosso programa, as ações e medidas para geração de empregos e renda na capital das oportunidades.
5. Continuar acordando cedo e trabalhando até tarde pela nossa cidade de São Paulo, como tenho feito em todos esses anos de vida pública.
Publicado em VEJA São Paulo 25 de outubro de 2024, edição nº 2916
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