Presa em saidinha e absolvida, trans Suzy está de volta ao semiaberto
Ela ficou famosa ao receber um abraço do médico Drauzio Varella em reportagem do Fantástico
Condenada a 30 anos, dez meses e vinte dias pelo estupro e assassinato de um menino de nove anos, em 2010, a transexual Suzy Oliveira, que ficou famosa ao emocionar o médico Drauzio Varella durante uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, há quatro anos, foi novamente colocada no regime semiaberto.
Em dezembro de 2023, durante a chamada saidinha de Natal, Susy foi presa na região da Praça da República, no centro, por estar em local diferente do informado na sua ficha criminal, segundo acusou a tornozeleira eletrônica.
Na ocasião, ela foi detida e reconduzida à prisão, onde retornou ao regime fechado.
Em junho deste ano, a Justiça decidiu que ela não transgrediu as normas estabelecidas pela Secretaria da Administração Penitenciária e conseguiu novamente o benefício do cumprimento mais brando.
Para se defender, a detenta afirmou que não conseguiu entrar na casa de sua cunhada, pois a chave não estava no local informado. Sem saber o que fazer, após telefonar para a cadeia, ela retornou ao presídio, mas não encontrou nenhum funcionário administrativo. “Depois fui para o centro de São Paulo, onde permaneci em um hotel até ser presa pela Polícia Militar”, disse Suzy, no processo ao qual Vejinha obteve acesso.
Após concordância do Ministério Público, a Justiça homologou a absolvição administrativa da detenta e a manteve em regime semiaberto.
No mês seguinte, Suzy foi novamente agraciada com a saída temporária e permaneceu seis dias fora da cadeia.
Abraço em Drauzio Varella
Na época da reportagem do Fantástico, o caso ganhou ares de comoção pública, mas depois que descobriu-se o crime pela qual ela foi condenada, a onda se inverteu e o médico Drauzio Varella passou a ser criticado.
Na ocasião, ele chegou a gravar um vídeo pedindo desculpas à família da vítima.
Nesta quinta-feira (10), o médico, em entrevista ao portal UOL, disse que não se chateou pelas críticas, mas pela família do menino morto. “Fiquei chateado, não pelo que falaram, porque era um bando de imbecis, boçais, pessoas pelas quais não tenho o menor respeito. Fiquei chateado pela família da criança, da vítima, porque eles tiveram que passar por isso. Fiquei magoado pela família, não queria ter incluído essas pessoas numa coisa dessas”, afirmou.
Após a reportagem da TV Globo, a família da vítima processou Varella e a emissora. A Justiça deu ganho de causa aos familiares da vítima e determinou uma indenização de 150 000 reais, a título de danos morais. A sentença foi reformada em segunda instância e está em grau de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).