Covas assina na segunda (15) a concessão do Estádio do Pacaembu
Local terá menos futebol e mais eventos; reforma começa em trinta dias e vai durar dois anos

O prefeito Bruno Covas vai assinar na próxima segunda-feira (15) o contrato de concessão do Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste. No último dia 9, o Consórcio Patrimônio SP, que arrendou o complexo esportivo – composto de uma piscina olímpica, duas quadras de tênis e um ginásio poliesportivo, além do campo – pelos próximos 35 anos, depositou 79,2 milhões de reais a título de outorga.
O restante, cerca de 32 milhões de reais, deverá ser pago ao longo dos anos. Além disso, o novo dono do icônico estádio paulista promete investir 300 milhões de reais. As obras começam em trinta dias e devem durar dois anos. O fechamento oficial do local será confirmado no dia da assinatura do contrato.
Para gerar atratividade financeira, a empreitada do deficitário centro esportivo prevê a demolição do tobogã, arquibancada inaugurada no início da década de 70 em substituição à histórica concha acústica. No seu lugar será erguido um prédio de cinco andares (mais quatro subsolos), com 44 000 metros quadrados de área construída. O projeto é da arquiteta Sol Camacho, do escritório Raddar.
Do nível do gramado para cima, os dois primeiros pavimentos serão alugados para escritórios e firmas de serviços, como bares e restaurantes. A ideia é buscar companhias de coworking e empresas da economia criativa. Na alimentação, a expectativa é atrair estabelecimentos de vários segmentos e preços.

O 3º piso contará com uma passarela de ligação entre as ruas Itápolis e Desembargador Paulo Passaláqua. Esse espaço será destinado à livre circulação de pedestres, que terão acesso a outras áreas públicas localizadas no 4º andar e no térreo. Nesse último, de frente para o gramado, haverá um anfiteatro de madeira que reinventará parte da concha acústica. Esse espaço terá uma esplanada de 3 000 metros quadrados. Outra aposta é criar no subsolo um centro de convenções para até 2 000 pessoas e ampliar o uso do complexo. Haverá ainda três andares de estacionamento, com 450 vagas.
A Praça Charles Miller e o Museu do Futebol ficaram de fora da concessão.
Menos futebol
Quando o novo Pacaembu estiver pronto, daqui a dois anos, o desafio do consórcio será atrair um bom volume de negócios. Nessa seara, o gramado, que já recebeu Pelé, Leônidas da Silva, Rivellino e Ademir da Guia, terá função secundária. “Estamos prevendo quinze jogos de futebol profissional por ano”, afirmou em julho, a VEJA SÃO PAULO, Eduardo Barella, que reduzirá a capacidade do estádio de 40 000 para 26 000 lugares. “Em compensação, faremos 300 eventos anuais nos demais espaços, como casamentos, apresentações musicais, festas infantis e lançamentos de marcas”. Em compensação à redução de jogos profissionais, a empresa promete aumentar o volume de outras modalidades, como futebol feminino e categorias inferiores, além de torneios amadores, como a Taça das Favelas.