Conselho de Ética da Alesp antecipa reunião e começa a julgar Mamãe Falei
Arthur do Val é alvo de doze pedidos de cassação
A deputada estadual Maria Lucia Amary (PSDB), presidente do Conselho de Ética da Assembleia Legislativa (Alesp), marcou para a próxima quarta-feira (9) uma reunião extraordinária para começar a analisar os doze pedidos de cassação impetrados contra Arthur do Val (sem partido, pois pediu desfiliação do Podemos), após a divulgação de áudios de cunho sexistas na última sexta (4).
Composto por oito membros, sendo cinco homens e três mulheres, o colegiado, que normalmente se reúne às sextas-feiras, deverá concluir o caso em até dois meses. Na segunda-feira, o deputado acusado de quebrar o decoro parlamentar disse à Vejinha que seu caso é “menos grave” do que o cometido pelo seu colega Fernando Cury (sem partido), contra a também deputada Isa Penna (PSOL).
Representado no conselho, Cury recebeu uma suspensão de seis meses. “Mandei áudios, cometi um erro grotesco, mas perder mandato? Tivemos um caso de assédio real na Assembleia, não foi algo apenas falado. Eu não assediei ninguém. O caso dele foi mais grave. O meu caso não existe. Não encostei em ninguém. Apenas falei um monte de merda”.
Em carta enviada ao Conselho de Ética nesta terça (8), o deputado voltou a falar que não merece ter o mandato cassado. “Assumo e entendo a necessidade desta Casa aplica-me uma punição. É justo e necessário. Entretanto, peço encarecidamente que considerem a ausência de dolo e dano a terceiros na dosimetria da pena. Se de um lado a punição é necessária, de outro, a cassação se faz excessiva”, disse. Em outro trecho do documento, do Val diz que envergonhou toda sua família. “Estou repleto de problemas pessoais. Envergonhei minha mãe, minhas tias, minha sobrinha e perdi minha namorada.”