Verônica Ferriani fala sobre segundo disco da carreira
Após alguns anos perambulando pelos palcos do país, a cantora Verônica Ferriani lançou, em 2009, o seu primeiro disco-solo (homônimo). Surgida em um momento no qual milhares de intérpretes foram apontadas como promessas (sendo que boa parte não passou de doces ilusões), a paulista de Ribeirão Preto teve como um dos seus diferenciais a sua […]
Após alguns anos perambulando pelos palcos do país, a cantora Verônica Ferriani lançou, em 2009, o seu primeiro disco-solo (homônimo). Surgida em um momento no qual milhares de intérpretes foram apontadas como promessas (sendo que boa parte não passou de doces ilusões), a paulista de Ribeirão Preto teve como um dos seus diferenciais a sua bela e afinada voz. Agora, ela dá mais uma passo na carreira ao assinar todas as canções do seu segundo álbum, o envolvente Porque a Boca Fala Aquilo do que o Coração Tá Cheio. Enquanto a produção de BiD deixou o disco de estreia marcado pelos grooves, a entrada de Marcelo Cabral (Criolo) e Gustavo Ruiz (Tulipa Ruiz) arejam o novo trabalho e encorpam a sonoridade com duas guitarras. Porque a Boca Fala Aquilo do que o Coração Tá Cheio, que alcança ótimos momentos nas faixas Estampa e Só e De Boca Cheia, tem noite de lançamento no dia 16 de novembro, no Auditório Ibirapuera.
Confira entrevista com Verônica Ferriani e, em seguida, ouça a graciosa Estampa e Só:
Quando gravou o seu primeiro disco, você levou a experiência do palco para o registro ao vivo. O que levou para o estúdio dessa vez?
Acho que foi o meu contato com o violão. Eu toco desde criança, mas andava um pouco afastada do instrumento. A reaproximação veio quando comecei a fazer os shows do primeiros disco. Ao poucos foram surgindo as novas composições e o violão se tornou fundamental para a criação das músicas do novo trabalho.
Por que optou fazer um disco autoral?
Sempre gostei de tocar e escrever. Eu tinha vontade de contar as minhas histórias, mas só optei por esse caminho quando percebi que tinha um tema na cabeça que fazia sentido. Foram temas que surgiram em um mesmo período. As músicas têm um lado autobiográfico, mas uma vez ouvi uma definição de Caetano Veloso que peguei para mim: “todas as músicas são autobiográficas até as que fantasio”. Você cria uma história da sua cabeça e coloca elementos que vê na sua vida. É uma mistura de fantasia com o meu olhar daquele assunto.
No primeiro álbum só tinha músicas de outros compositores. Li uma entrevista da época em que perguntaram se você achava fundamental uma cantora compor também. Você respondeu que só deveria compor se tivesse o que falar. Agora, você aparece com um CD autoral chamado Porque a Boca Fala Aquilo do que o Coração Tá Cheio. Bastante coerente…
Não comecei a compor para atender uma demanda. Foi um processo interno. O assunto surgiu e me deu vontade de falar do que eu estava vivendo. Cheguei a pesquisar autores para gravar, mas acabamos concluindo que eu tinha um conjunto de músicas autorais que conversavam. Por isso ficou desse jeito.
Qual é o assunto?
A temática do trabalho é muito ampla. É sobre o amor e a vida. O amor é universal, mas existe um recorte, uma ironia e uma vontade de falar dos papéis que cada pessoa tem ao longo da vida amorosa. São historinhas que tentam abordar isso. Elas têm começo, meio e fim.
O que muda com a chegada de dois novos produtores, no caso Marcelo Cabral e Gustavo Ruiz?
O Cabral é um parceiro muito antigo. Eu vinha mostrando algumas músicas para ele, que fez a ponte com o Gustavo. Eles têm uma afinidade: os dois são bons músicos, tocam com uma galera boa, têm assinado produções de discos e investigam novas sonoridades e maneiras. Essa busca deles me agrada. Por eu ter a ideia de fazer um disco autoral, achei que eles seriam os produtores ideais. Eles sabem tirar o melhor de cada música. Eu tinha quase trinta faixas. A seleção foi bastante democrática. A parte da sonoridade mudou no sentido de estar mais ousada. A banda é composta por baixo, bateria e duas guitarras. Isso já dá uma cara própria pro disco, porque atende o lado passional do qual eu estou falando. Os outros elementos, como o vibrafone, o violão e o piano, adocicam o resultado.
No fim do mês, você tem shows marcados no Japão. Quando será a estreia do novo disco em São Paulo?
Sim, veio um convite da embaixa do Brasil no Japão para tocar lá. No ano passado, cantei na Colômbia, Portugal, Espanha e Rússia. Vai ser bem bacana, porque vão lançar o disco no Japão também. Em São Paulo, o show será no Auditório Ibirapuera, no dia 16 de novembro. Será a minha primeira vez naquele palco como atração principal. Todo mundo que gravou o disco estará lá, por isso vai ser especial.
Ouça Estampa e Só:
https://w.soundcloud.com/player/?url=https://soundcloud.com/veronicaferriani/estampa-e-so