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Tulipa Ruiz fala sobre Tudo Tanto, um dos melhores discos do ano

O lançamento do álbum de estreia, Efêmera, fez com que a cantora e compositora paulista nascida em Santos Tulipa Ruiz, de 33 anos, entrasse num turbilhão de novidades. Além de fazer turnês nacionais e internacionais, a intérprete teve o disco apontado como um dos melhores de 2010. Essa intensidade vivida nos últimos dois anos se reflete […]

Por Leonam Bernardo
Atualizado em 10 set 2024, 16h53 - Publicado em 5 set 2012, 07h00
Tulipa Ruiz l foto Rodrigo Schmidt c
Tulipa Ruiz l foto Rodrigo Schmidt c (/)
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A cantora e compositora: segundo trabalho é mais pop e maduro (Foto: Rodrigo Schmidt)

O lançamento do álbum de estreia, Efêmera, fez com que a cantora e compositora paulista nascida em Santos Tulipa Ruiz, de 33 anos, entrasse num turbilhão de novidades. Além de fazer turnês nacionais e internacionais, a intérprete teve o disco apontado como um dos melhores de 2010. Essa intensidade vivida nos últimos dois anos se reflete — do título às letras — no bom resultado do sucessor, Tudo Tanto, disponível nas lojas e para download gratuito desde o fim de julho. Mais maduro em relação ao anterior, o registro serve de base para duas apresentações no Auditório Ibirapuera.

Quando surgiu, Tulipa denominava o gênero de suas músicas como pop florestal, numa brincadeira que traça um paralelo entre as influências de São Paulo e Minas Gerais, os estados onde mora e cresceu, respectivamente. Agora, o pop sobressai no trabalho da artista, como se pode comprovar nas faixas Expectativa e Dois Cafés — ambas parcerias com o irmão e produtor do CD, Gustavo Ruiz. A segunda tem a participação oportuna de Lulu Santos nos vocais e na guitarra. Apesar de destoar do conjunto, Víbora cativa pela pegada bluesy e pelo clima soturno reforçado por risadas e sussurros de Criolo, um dos autores da canção. Confira a entrevista com a cantora:

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O sucesso de Efêmera criou uma tensão na hora de gravar o segundo disco?

No primeiro segundo após o lançamento de Efêmera, já estavam me perguntando sobre o meu disco novo. Como eu sou filha de crítico e jornalista, não me incomodo com o que falam do meu trabalho. Quando eu gravei Efêmera, fiquei muito assustada, porque era a primeira vez que eu estava gravando. Eu pensava: ‘Ai meu deus, vou gravar essas músicas para sempre’. Dessa vez, estava mais preparada, tudo foi mais tranquilo.

Tudo Tanto é um trabalho mais intenso…

Os palcos, a correria e tudo o que aconteceu durante Efêmera desembocou no novo disco.  A convivência com a banda também desenvolveu a sonoridade, que agora tem mais unidade.

Quando você apareceu, definiu o seu gênero como pop florestal. Acha que o novo disco cabe nesse conceito?

Eu não me preocupo mais com uma definição. Eu acho Tudo Tanto  mais urbano. É mais pop do que florestal. Mas como o florestal é uma coisa minha, não quero abandonar esse elemento poético. Hoje, acho que a palavra pop acaba amalgamando o conceito.

O seu irmão, além de ter produzido o disco, é um dos principais parceiros nas composições. Como é a relação de vocês?

Como crescemos ouvindo a mesma vitrola, temos o repertório musical e cultural muito parecidos. Ele é uma das pessoas que mais entende e produz em cima da minha musicalidade. Há uma cumplicidade natural.

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Como foi a participação de Lulu Santos em Dois Cafés?

Criamos essa música no intervalos de dois cafés. Comecei a fazer com o Gustavo na Livraria da Vila. A gente cantarolou, assobiou, gravou e levamos para o ensaio. Depois que tiramos com a banda, os músicos saíram para tomar café. Nesse período, terminei a letra. Foi no intervalo de dois cafés mesmo. Quando começamos a tocar a música completa, todo mundo achou que tinha a ver com o Lulu Santos, mas pensávamos que era um sonho impossível. Acabei descolando o email dele. Escrevi no assunto: “Lulu no meu novo disco?”. No dia seguinte, ele repondeu aceitando.

Víbora destoa bastante do restante do disco, mas é um das  melhores músicas. Como ela entrou no disco? 

Teve um dia que o baixista faltou ao ensaio e o Gustavo ficou no baixo. Ele começou a puxar uma linha e os músicos seguiram. Era uma música como clima soturno, não tinha relação com nosso repertório. Comecei a cantar a letra sem parar. Travei em “até parece máscara, ópera…”. Não conseguia sair dali. O Gustavo falou “víbora”, que virou o nome da música. Ficamos tocando até aí, mas parecia um terreno com  neblina. Precisava de alguém que me empurrasse. Foi aí que entrou o Criolo. Ele me ajudou nesse mundo novo. Eu não esperava por essa música.

 

+++ Leitores, o blog entra de férias hoje. Até outubro! 

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