Show potente do Aerosmith encerrou Monsters of Rock
O segundo dia do Monsters of Rock voltou a reunir 30000 pessoas na Arena Anhembi, mesma quantidade de gente que compareceu na noite anterior para conferir, entre outros, Limp Bizkit, Korn e Slipknot. No sábado, faltou uma banda que segurasse o posto de headliner, o que não ocorreu no domingo (20). Após uma tarde de […]
O segundo dia do Monsters of Rock voltou a reunir 30000 pessoas na Arena Anhembi, mesma quantidade de gente que compareceu na noite anterior para conferir, entre outros, Limp Bizkit, Korn e Slipknot. No sábado, faltou uma banda que segurasse o posto de headliner, o que não ocorreu no domingo (20). Após uma tarde de temperatura alta, na qual se apresentaram Doctor Pheabes, Dr. Sin, Dokken, Queensryche, Buckcherry e Ratt, foi a vez do Whitesnake subir ao palco com um pequeno atraso. O icônico vocalista David Coverdale (com a sua juba dourada e uma blusa com a bandeira do Brasil no peito) seguiu o protocolo, não se arriscou e terminou a sua exibição sem críticas negativas. Ao longo de quase duas horas, não faltaram no roteiro as pérolas da FM Love Ain’t No Stranger e Is This Love.
Apesar do show correto do Whitesnake, o festival será lembrado pela apresentação irretocável do Aerosmith, que encerrou a programação do dia. O espetáculo de Steven Tyler, Joe Perry e companhia começou tarde para um domingo (às 23h10), mas isso não comprometeu a receptividade do público (afinal, boa parte das pessoas estavam ali apenas para ver a banda de Boston). Pela quinta vez na cidade, o grupo americano sabe o que oferecer aos fãs paulistanos. Sem a presença do baixista Tom Hamilton, que se ausentou da turnê por problemas de saúde e foi substituído por David Hull, o quinteto enfileirou hits dos seus mais de 40 anos de trajetória – costurando o seu hard rock às baladas românticas. Foram tocadas, por exemplo, Pink, Walk this Way, Dude (Looks Like a Lady), Livin’ on the Edge e Sweet Emotion. Sem falar no sucesso I Don´t Want to Miss a Thing. Faixa da trilha do filme Armageddon (1998), a canção proporcionou o momento mais açucarado do fim de semana (para a alegria dos casais).
Back in the Saddle e Love in an Elevator foram as primeiras músicas executadas. Mesmo com o repertório redondo, o show do Aerosmith tem outro tremendo passatempo. Ver o carismático e hiperativo Steven Tyler em ação é uma diversão à parte. Ele circulou pelo palco, dividiu a bateria com Joey Kramer e o microfone com Joe Perry (em Toys in the Attic), girou (incontáveis vezes) com o pedestal do microfone , tocou gaita, brincou com um sutiã atacado no palco e ainda deu bitoca em uma fã. Apesar de não aparentar cansaço físico, o cantor de 65 anos e gritos arranhados já não preenche todas as lacunas das músicas, o que ficou bastante perceptível quando a banda atacou com Cryin’. Para o público, contudo, isso não passou de um detalhe. Como se a história do grupo, que quase terminou por brigas internas, se sobressaísse e a emoção de ver os integrantes unidos limasse qualquer ruído que pudesse atrapalhar. E eu não julgo por isso. É, de fato, fascinante ver um dos conjuntos mais longevos do rcok’n’roll ao vivo.
Alguns covers também apareceram no roteiro, a exemplo da versão já bastante conhecida que a banda faz de Come Together, dos Beatles. O guitarrista Joe Perry, por sua vez, puxou os acordes de Whole Lotta Love, do Led Zeppelin. A plateia e o cantor então berraram o hino eternizado por Robert Plant. No bis, Steven Tyler voltou ao piano para uma potente execução de Dream On, que encerrou com o cantor em cima do instrumento. Sweet Emotion finalizou o show e o festival. Pelo jeito, se o Aerosmith quiser arriscar uma sexta visita à cidade, haverá um público cativo.
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