Lady Gaga surpreende por megaestrutura e gogó no Morumbi
Era uma tragédia anunciada. Em sua primeira visita à cidade, Lady Gaga não havia vendido nem a metade dos ingressos para o show de ontem no Morumbi. As inúmeras promoções (no estilo compre um leve dois) surtiram efeito e a cantora escapou de um mico. O estádio não lotou, mas 50 mil pessoas estiveram presentes. A passagem […]
Era uma tragédia anunciada. Em sua primeira visita à cidade, Lady Gaga não havia vendido nem a metade dos ingressos para o show de ontem no Morumbi. As inúmeras promoções (no estilo compre um leve dois) surtiram efeito e a cantora escapou de um mico. O estádio não lotou, mas 50 mil pessoas estiveram presentes. A passagem da americana pelo Rio de Janeiro – bastante explorada pela imprensa – também deve ter instigado os fãs paulistanos. Por lá, ela jogou futebol na comunidade do Cantagalo, arremessou hambúrgueres pela janela do hotel e tatuou a palavra “Rio” no pescoço.
Por aqui, Lady Gaga entrou em ação pontualmente, às 21h. A esta altura da noite, o público já tinha assistido a dispensável exibição da banda inglesa The Darkness e enfrentado chuva. Inclusive, no começo do show, os fãs maquiados e fantasiados já carregavam um aspecto derretido. Montada em um cavalo preto, a artista pop entrou no palco com a música Highway Unicorn. Dividido em cinco atos, o espetáculo impressiona pela estrutura gigantesca e pelos figurinos elaborados, que levam a assinatura de Giorgio Armani. Um castelo medieval serve de fundo para a cantora mostrar as suas bizarrices. Abre uma porta aqui, fecha uma janela ali e o cenário ganha infinitas possibilidades.
A segunda faixa da apresentação foi Government Hooker, mas apenas quando a intérprete nasceu de uma boneca inflável enorme e disparou Born This Way que a audiência foi fisgada. Até a metade da noite, a cantora manteve o show em alto nível. Mesmo nas músicas menos conhecidas, a forte batida eletrônica, o excesso de informações e a performance dos dançarinos davam conta de entreter a plateia. Nessa fatia do espetáculo, foram enfileirados alguns hits, como Bad Romance, Judas e Just Dance. Após circular em uma moto e simular uma cena de sexo com uma dançarina ao som de Heavy Metal Lover, o show teve uma queda abrupta de qualidade.
Por mais que as bizarrices cometidas pela cantora em cena pareçam exageradas, ao vivo fica claro que é o que ela faz melhor. No momento mi-mi-mi do espetáculo, no qual ela recebeu alguns fãs no palco e abriu uma série de presentes (um deles arremessado no seu rosto, ups!), Lady Gaga fez com que o tédio tomasse conta do lugar. Afinal, ninguém estava ali para ver o seu lado humano ou para receber um sermão sobre superação. Após 30 minutos de falatório e rasgação de seda, a cantora seguiu a calmaria com Hair e Yoü and I. O show só voltou a esquentar, mas sem atingir o nível da primeira metade, quando a americana retornou com um vestido de carne. Durante Poker Face, Lady Gaga entrou em um triturador. Em seguida, emendou Alejandro e Paparazzi. Se comparada a outras artistas do gênero que passaram por aqui nos últimos anos, Gaga surpreende e sai com boa impressão por apostar no gogó em boa parte da apresentação (dublando apenas quando necessário).
CONEXÃO COM O PÚBLICO
Ao longo do espetáculo, Lady Gaga não economizou no papo com a plateia. Veja algumas frases disparadas pela cantora durante o show no Morumbi.
-Isso não é um funeral, é uma festa
-São Paulo, eu te amo
-Vocês são o público mais apaixonado do planeta
-O Brasil é o país futuro
-Obrigada por terem comprado o ingresso do meu show. Sei o quanto vocês trabalharam e economizaram para estar aqui. Mas vocês vão se divertir
-Não façam isso, eu estou bem (após vaias quando ela foi atingida no rosto por um presente)
-Espero que eu também inspire vocês, porque eu poderia fazer várias músicas sobre o Brasil