Frejat fala sobre a turnê de reunião do Barão Vermelho
Em janeiro de 2007, quem esteve no Tom Brasil para a apresentação do Barão Vermelho ouviu um recado do vocalista e guitarrista Roberto Frejat antes mesmo de o show começar: “Nós só vamos dar um tempo, assim como fizemos antes”. A boa-nova é que o hiato acaba de chegar ao fim. De carona com os trinta anos […]
Em janeiro de 2007, quem esteve no Tom Brasil para a apresentação do Barão Vermelho ouviu um recado do vocalista e guitarrista Roberto Frejat antes mesmo de o show começar: “Nós só vamos dar um tempo, assim como fizemos antes”. A boa-nova é que o hiato acaba de chegar ao fim. De carona com os trinta anos do álbum de estreia do grupo, homônimo, eles retornam com a turnê +1 Dose, que passa pelo Credicard Hall no sábado (8). Atualmente, o conjunto só mantém Frejat e Guto Goffi (bateria) da formação original – completam a banda Rodrigo Santos (baixo), Peninha (percussão) e Fernando Magalhães (guitarra). No palco, os antigos integrantes Maurício Barros (teclados) e Dé Palmeira (baixo) se juntarão aos companheiros. Confira a entrevista com Frejat:
O disco Barão Vermelho completa 30 décadas em 2012. Por que a comemoração só começou no fim do ano?
Na verdade, era para ter começado em março. Aprovamos um projeto na Lei Rouanet de 8 milhões de reais. Envolvia uma exposição, um documentário e trinta 30 shows gratuitos ao ar livre. Ficamos muito tempo atrás de parceiros e empresas brasileiras para investir no projeto. Não conseguimos capitalizar nenhum tostão. Se dependêssemos da iniciativa privada, ficaríamos sem a comemoração. Depois que nos organizamos, ficou definido que as celebrações ocorreriam de outubro a março. Daí em diante, cada integrante volta a suas atividades principais. Justamente por causa dessa confusão, não conseguimos interromper o trabalho-solo.
O álbum será relançado. O que trará de novo?
Quando gravamos Barão Vermelho, éramos uma banda de garotos. Imagina, eu completei 19 anos no estúdio. Naquele momento, tocamos com toda a espontaneidade e ingenuidade, o que não se vê em estúdios atualmente. O disco tinha uma urgência. Como foi gravado em 48 horas, aparecem todas as qualidades e defeitos de uma garotada jovem. Assim que o trabalho saiu, ficamos muito frustrados com a sonoridade final. No estúdio, soava muito melhor. Hoje, a Som Livre nos emprestou as fitas originais. Digitalizamos, ouvimos e notamos que as duas músicas que ficaram de fora poderiam ser utilizadas, entre elas a inédita Sorte ou Azar, que foi a minha primeira parceria com o Cazuza. A gente descobriu que a interpretação de Cazuza estava muito bonita.
Qual a sua principal lembrança das gravações?
Eu me lembro das festas que aconteciam no estúdio. O Cazuza e o Zeca (Ezequiel Neves) levavam todos os amigos para lá. Essa loucura dos anos 80 era ótima. Não tínhamos experiência, só depois que gravamos descobrimos alguns recursos possíveis. Ainda assim, é um disco de repertório muito bacana.
Vocês não se reuniam desde 2007. Como foram os preparativos para o retorno aos palcos?
Não tivemos muito tempo para ensaiar. Mas como tocamos muito tempo juntos, basta um olhar para o outro que já rola. Demos o start no Rio de Janeiro e o show foi muito legal.
Como escolheram o repertório do show?
O que mais me impressiona é a força desse repertório. Na hora de pensar o roteiro, fiquei surpreso pela quantidade de música boa e conhecida que tínhamos. Paramos em 46 canções, mas tivemos de passar um pente fino. Reduzimos para 34 que serão revezadas. No show, entram 27.
Vocês pretendem lançar esse show em DVD?
A apresentação de São Paulo será transmitida e deve ser gravada, mas não deve sair em DVD. Acho mais provável que ela sirva de base para aquele documentário sobre o Barão que eu comentei.