Arnaldo Antunes percorre a carreira no próprio carrossel
Há três meses, os Titãs tocaram o disco Cabeça Dinossauro na Comedoria do Sesc Belenzinho para comemorar trinta anos de carreira. Assim como o grupo, Arnaldo Antunes, que se desligou da banda em 1992, também aproveita para comemorar a efeméride. Ele, por sua vez, não explora apenas um álbum na celebração e dá uma giro […]
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Há três meses, os Titãs tocaram o disco Cabeça Dinossauro na Comedoria do Sesc Belenzinho para comemorar trinta anos de carreira. Assim como o grupo, Arnaldo Antunes, que se desligou da banda em 1992, também aproveita para comemorar a efeméride. Ele, por sua vez, não explora apenas um álbum na celebração e dá uma giro de 360º na sua trajetória. Músicas novas dividem bem o espaço do repertório com criações dos Titãs, Tribalistas e solo. Na quinta (14), ele deu início a uma série de seis noites esgotadas no mesmo Sesc (fique atento: ele volta realizar a apresentação no dia 31 de agosto, no Credicard Hall).
No novo show, Arnaldo Antunes abandona o terno bicolor usado ao longo das turnês Iê Iê Iê e Ao Vivo Lá em Casa para trajar um terno branco. Afinal, a ocasião pede. O espetáculo toma como base o ótimo recém-lançado Acústico MTV do cantor e compositor. Se antes uma porção de camisetas ao fundo davam o tom do cenário, agora luzinhas de quermesse e cavalos brancos emolduram um carrossel. Na ocasião, Marcelo Jeneci (teclados) e Curumin (bateria), que costumam acompanhá-lo, desfalcaram o conjunto, mas os substitutos André Lima e Clayton Martin não precisaram se esforçar para mostrar entrosamento com os outros componentes: Edgard Scandurra (violão), Betão Aguiar (baixo) e Chico Salem (violão).
Ao entrar no palco, o cantor prontamente se sentou em uma cadeira giratória. Quem já assistiu a um show de Arnaldo Antunes sabia que tal formalidade não duraria por muito tempo. Dito e feito. Bastaram três músicas – Se Assim Quiser, A Casa É Sua e Sem Você – para ele usar a cadeira como uma espécie de gira-gira. No meio de De Mais Ninguém, já estava em pé fazendo as suas habituais danças. Foi justamente essa espontaneidade que tornou a noite muito agradável.
Após o momento “eu não paro quieto”, aproveitou para cantar a música nova Dentro de um Sonho, que foi seguida por Alma e Engrenagem (esta uma das antigas, feita em parceria com Scandurra). Na ponta do palco, acompanhado apenas do violão, do acordeão e do coro da plateia, Arnaldo praticamente declamou Até o Fim. Parênteses: no registro acústico, a canção aparece em um belo dueto com Moreno Veloso.
Assim que interpretou Socorro (gravada por Cássia Eller e Gal Costa) sentado na beira do palco, o show ganhou força. Os fãs se animaram mais ainda quando foram brindados com Comida e Fora de Si, que possibilitou pulos, transes e mais danças por parte do cantor. De forma propícia, Envelhecer fechou o bloco. Como a música diz: “a coisa mais moderna que existe nessa vida é envelhecer”. E Arnaldo faz isso muito bem.