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Inspirada em Brecht, peça evidencia o funcionamento das crises capitalistas

Duas versões de "Terra de Matadouros", uma para o palco e outra para a rua, serão apresentadas em maio e junho

Por Júlia Rodrigues
20 Maio 2022, 06h00
Cinco atores, três homens e duas mulheres, posam em um local com meia luz. Eles usam roupas da década de 30 em tons escuros. Todos usam chapéus
Brava Companhia: tensão entre classe (Fábio Resende/Divulgação)
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Terra de Matadouros, da Brava Companhia, acontece sem coxias, ou seja, os atores aparecem em cena a todo momento. Isso é para que o público consiga ver o jogo teatral sem ocultações, seja de troca de cenografia, seja de adereço. Também é dessa forma que a trama, inspirada no texto de Bertolt Brecht Santa Joana dos Matadouros (1931), se apresenta: mostra a desigualdade encontrada no capitalismo.

+Em peça com grupo de atores nus, o público é quem controla o enredo

Na década de 30, a superprodução de carne causa uma crise em Chicago. De um lado, o industrial Pedro Paulo Bocarra (Ademir de Almeida) lança mão de estratégias ainda piores de exploração dos funcionários para continuar lucrando e, de outro, Joana Dark (Paula da Paz), líder do grupo religioso Exército das Boinas Pretas, tenta ajudar os desempregados. O contraste entre elite e classe operária é evidenciado pelo cenário: os ricos ficam em um palco mais alto e os pobres, no rés do chão. Com exceção da dupla principal, a trupe de mais quatro atores se reveza na interpretação dos personagens. Elis Martins, José Adeir, Márcio Rodrigues e Max Raimundo completam o elenco. Em junho, uma síntese da peça passa por Praça do Campo Limpo, Largo do São Bento e Avenida Paulista. A direção é de Fábio Resende (105min). 12 anos.

Centro Cultural São Paulo. Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, ☎ 3397- 4002.Sáb. (21), 20h30. Dom. (22), 17h e 20h30. Grátis (retirar os ingressos com uma hora de antecedência). centrocultural.sp.gov.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 25 de maio de 2022, edição nº 2790

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