TBC ganha homenagem pelos 70 anos na Biblioteca Mário de Andrade
O evento, na sexta, dentro dos festejos do aniversário da cidade, reunirá Denise Fraga, Celso Frateschi, Daniel Alvim, Joca Andreazza e outros
O prédio está lá, na Rua Major Diogo, 315, em pleno Bixiga. Mas a festa que celebra os 70 anos do Teatro Brasileiro de Comédia, o marco da profissionalização da cena nacional, vai ter como sede a Biblioteca Mário de Andrade, no comecinho da Rua da Consolação, dentro dos festejos de aniversário de São Paulo nesta sexta (25).
O evento, que tem a curadoria do crítico e pesquisador Alvaro Machado, do diretor Ruy Cortez e do ator Silvio Restiffe, vai ser realizado das 14h às 20h, com entrada franca. Os atores Denise Fraga, Celso Frateschi, Daniel Alvim, Joca Andreazza, Élcio Nogueira Seixas, Luciano Gatti e Lúcia Romano e as diretoras Cibele Forjaz e Johana Albuquerque estão no time que darão forma para a homenagem.
As atrações serão duas leituras cênicas. A peça Volpone, do inglês Ben Jonson em adaptação do escritor austríaco Stefan Zweig, ganha direção de Johana Albuquerque e pode ser vista às 14h30. Daniel Alvim, Luciano Gatti, Joca Andreazza, Élcio Nogueira Seixas, Cacá Toledo e os atores da Cia. Bendita Trupe estão no elenco. Volpone foi montada pela TBC em 1955 com direção do polonês Zbigniew Ziembinski, que dividia a cena com Walmor Chagas.
A dramaturgia brasileira entra em cena às 17h com A Semente, texto de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido por Cibele Forjaz. Os atores Denise Fraga e Celso Frateschi defenderão os personagens Rosa e Agileu. Lucia Romano, além de outros atores da Cia. Livre, completam o elenco. A entrada é franca, e os ingressos começam as ser distribuídos uma hora antes de cada apresentação.
O Teatro Brasileiro de Comédia está fechado desde 2007. No ano seguinte, o histórico prédio foi comprado pela Funarte por 5 milhões de reais e começou uma reforma estrutural que consumiu cerca de 15 milhões de reais dos cofres públicos. Em 2013, o então presidente da Funarte, Antônio Grassi, chegou a anunciar a reabertura para outubro daquele ano. Foi apenas um sonho. As obras tiveram um avanço significativo e, logo, paralisadas. Viu-se que seria necessário mais dinheiro e o que havia sido feito começou a apresentar sinais de deteriorização por falta de manutenção. Para salvar o TBC, começou um namoro com o Sesc, logo mais o então prefeito João Doria falou em colocar o espaço cultural no balaio das privatizações, a classe teatral se revoltou e tudo segue na mesma.
Fundado em 1948 pelo empresário italiano Franco Zampari, o Teatro Brasileiro de Comédia consolidou a modernização da cena nacional e lançou uma geração inigualável ao estrelato. Cacilda Becker, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Paulo Autran, Cleyde Yáconis e Walmor Chagas, entre tantos, deram os primeiros passos significativos no palco do casarão da Rua Major Diogo. A companhia de repertório – quase sempre irretocável, aliando qualidade artística e interesse na viabilização comercial – durou 16 anos.