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“Samba Futebol Clube”: o musical dos boleiros e do Brasil feliz

O diretor Gustavo Gasparani reuniu um entrosado time de atores, cantores e instrumentistas para contar histórias em torno de duas grandes paixões nacionais

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 nov 2019, 16h08 - Publicado em 14 nov 2019, 16h07
Samba Futebol Clube
Samba Futebol Clube: criação e direção de Gustavo Gasparani (Leo Aversa/Divulgação)
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Era uma vez um país feliz. O musical Samba Futebol Clube estreou no Rio de Janeiro em maio de 2014, em plena euforia de ter o Brasil como sede da Copa do Mundo. O fatídico 7 a 1 contra a Alemanha não só eliminou os anfitriões do mundial, como destruiu a autoestima de um povo que, também por outros motivos, nunca se recuperou do nocaute e parece ter se acostumado com a lona.

O espetáculo, escrito e dirigido por Gustavo Gasparani, levou cinco anos para chegar a São Paulo. Os traumas e decepções continuam batendo à porta, mas algo diferente se consuma durante as mais de duas horas. E talvez o segredo dessa bem-sucedida confraternização seja a própria concepção da montagem, que vem de um tempo que todos estavam de bem com a vida.

Gasparani reuniu um entrosado time de oito atores, cantores e instrumentistas para contar histórias em torno de música e bola. Como em um bom jogo, todo mundo canta, toca e interpreta. Ora eles se mostram na pele de boleiros, ora como torcedores, entusiasmados ou arrasados diante dos resultados em campo.

A narrativa musical é apoiada em 48 sucessos. Estão lá, por exemplo, os tradicionais hinos do Corinthians e do Palmeiras, em ótima cena que diverte a plateia paulistana, o pop rock do Skank em É uma Partida de Futebol e a irresistível Fio Maravilha, de Jorge Ben Jor, tocando fogo no fim do primeiro ato. A dramatização se dá também por meio de doze textos pinçados das máquinas de escrever de Nelson Rodrigues, Paulo Mendes Campos, Carlos Drummond de Andrade, Ferreira Gullar e Armando Nogueira em torno das dores e delícias de ser brasileiro.

Nessas horas, o elenco, seja através de um teatro narrativo ou dramático, funde emoção, técnica e timing cômico em um espetáculo que cativa facilmente os amantes de futebol, mas é também capaz de ganhar o entusiasmo de quem jamais pisou em um estádio. Basta se permitir ser brasileiro. Com Alan Rocha, Daniel Carneiro, Gabriel Manita, Jonas Hammar, Marcel Octavio, Pedro Lima, Rodrigo Lima e Sergio Dalcin, que se destaca na cena embalada pela canção Balada nº 7, uma homenagem a Garrincha (130min). 12 anos. Estreou em 8/11/2019.

+ Teatro Unimed. Alameda Santos, 2159, Cerqueira César. Quinta a sábado, 21h; domingo, 18h. R$ 50,00 (balcão) e R$ 100,00 (plateia). Até 1º de dezembro.

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