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Martha Nowill encena escrito inédito de Pagu em solo; confira entrevista

'Pagú — Até Onde Chega a Sonda' mistura trechos do manuscrito da revolucionária com vivências da atriz durante a pandemia, quando se tornou mãe

Por Júlia Rodrigues
25 nov 2022, 06h00

Em Pagú — Até Onde Chega a Sonda, que estreia na próxima quinta (1°) no Sesc Pompeia, Martha Nowill é duas em uma. No solo dirigido por Elias Andreato e assinado pela própria atriz, ela interpreta Pagu, apelido de Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), escritora, desenhista, jornalista e poetisa, ícone do feminismo e do modernismo brasileiros, e a si mesma. A peça mescla trechos de um manuscrito inédito da revolucionária, que foi presa inúmeras vezes por suas manifestações contra o governo, com vivências de Martha Nowill durante a pandemia, quando se tornou mãe de gêmeos.

Na cenografia da artista visual Marina Quintanilha estão três cadeiras, que delimitam, até certo ponto, os ambientes de Pagu, de Martha e da personagem que representa as duas misturadas. ao fundo, uma tela recebe projeções de desenhos de Marina que, segundo Martha, “parecem muito com os desenhos da própria Pagu”. Na entrevista abaixo, Martha conta sobre o processo de adaptação do texto e a interseção de suas vivências com as de Pagu.

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Como entrou em contato com o escrito da Pagu? Qual a história por trás dele?

Eu o vi pela primeira vez em 2018, quando conheci o colecionador de arte Rafael Moraes. Ele havia comprado há mais de vinte anos uma mala do acervo da Pagu, que tinha um caderno dentro com esse manuscrito. Até onde eu sei, ela escreveu enquanto estava presa. Tenho a impressão, inclusive, de que ele foi escrito como um diário, dá para ver que ela fez pausas entre os dias.

Você recebeu ajuda da atriz Isabel Teixeira no início da adaptação, a partir do método da “escrita na cena”, desenvolvido por ela. Como funciona?

É um texto muito denso e poético, não é próprio para teatro. O que eu fiz foi gravar vídeos do meu cotidiano e enviar para ela, que transcrevia todas as minhas falas. Depois, com o texto escrito, ela me mandava o que chamava de “devolutivas”, ou seja, as impressões dela sobre cada trecho. Quando eu já tinha todo esse material reunido, ela foi atuar em Pantanal. Então, a terceira parte eu escrevi sozinha, retrabalhei todo o texto e costurei com o manuscrito da Pagu.

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Quais são os pontos de diálogo entre sua vida e a vida de Pagu encenados no espetáculo?

O próprio processo criativo, pelo qual eu e ela estávamos passando. Acho que ela escreveu para não enlouquecer na prisão, e eu, para não enlouquecer no meu puerpério. Durante o puerpério e a maternidade, é muito fácil nos perdermos de nós mesmas. ela também fala muito de amor, de ser ridícula e da maternidade. São muitos pontos, alguns explícitos e outros implícitos. apesar de ser muito pessoal, é uma obra de ficção. Qualquer atriz que pegar para fazer consegue encenar.

Como é trabalhar com o diretor Elias Andreato?

Nunca mais quero largar dele na minha vida. Tinha um sonho de trabalhar com ele, que acabou se realizando com esse espetáculo. além de ser um diretor de cena, o Eliias é um ator muito sensível, então ele sabia exatamente pelo que eu estava passando nos ensaios do solo. Foi maravilhoso ser dirigida por ele.

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Pagú — Até Onde Chega a Sonda. (70min). 12 anos. Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, Pompeia, ☎ 3871-7700. Ter. a sex., 20h30 (os dias 9 e 16/12 também terão sessão às 17h30). R$ 30,00. Até 16/12. sesc.org.br.

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Publicado em VEJA São Paulo de 30 de novembro de 2022, edição nº 2817

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