“Alair”, com Edwin Luisi, ganha urgência ao falar de homofobia
A peça, em cartaz no Teatro Nair Bello, enfoca o o fotógrafo Alair de Oliveira Gomes, um dos pioneiros da arte homoerótica

Um personagem real, o fotógrafo fluminense Alair de Oliveira Gomes (1921-1992), volta à tona em um oportuno retrato de um preconceito difícil de desaparecer. Escrito por Gustavo Pinheiro, o drama Alair vai além de lançar um olhar sobre a biografia do engenheiro, filósofo e crítico de arte celebrizado como um dos pioneiros da arte homoerótica no Brasil. Ganha urgência ao mostrar que a violência contra gays, tão discutida na atualidade, é um problema longevo.
Em uma atuação econômica e repleta de sensibilidade, Edwin Luisi impressiona como o personagem-título. Da janela do seu apartamento, ele registra garotos fortes e bonitos que se exercitam na areia ou pegam onda na Praia de Ipanema. Um deles (papel de André Rosa) o visita para conferir as imagens, e situações do passado voltam à memória do fotógrafo, como o sofrimento diante da indiferença de um antigo amor (o ator Claudio Andrade). A refinada direção de Cesar Augusto emoldura o texto em uma estética carregada de melancolia pronta para provocar muita gente (60min). 16 anos. Estreou em 6/10/2017.
+ Teatro Nair Bello. Shopping Frei Caneca, 3º andar. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. R$ 80,00. Até 5 de novembro.