Sem preconceitos, Tiny Desk Concerts faz artistas se reinventar
Série de shows gravados na mesa de jornalista de música traz artistas como Adele, Lizzo e Harry Styles
Da rádio americana NPR, Bob Boilen e Stephen Thompson lançaram uma brincadeira à cantora Laura Gibson depois de um show inaudível no SXSW: fazer uma apresentação na mesa de Boilen, na redação. Entre CDs e livros, a moça não escapou do desafio e estreou a série Tiny Desk Concerts, que já coleciona mais de 800 performances em quase doze anos. O cenário não mudou. O artista e seus músicos precisam se virar da melhor maneira possível no cubículo, com o mínimo de instrumentos e, em muitas vezes, com versões para as composições.
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Os resultados costumam trazer boas-novas e impressionam até quem não é muito chegado ao trabalho de um ou outro cantor. sem excluir nenhum tipo de gênero musical, o programa se tornou referência para quem quer descobrir sonoridades diferentes. Já apareceram Taylor swift e Harry styles, chance the Rapper, Liniker e os caramelows (do Brasil) e o violoncelista Yo Yo ma. confira algumas performances disponíveis no YouTube.
Anderson .Paak & The Free Nationals.
Um misto do hip-hop, jazz e R&B em uma intensidade para lá de envolvente. É impossível ficar parado ao ouvir uma das três composições do roteiro, e talvez por isso seja o vídeo mais acessado do projeto, com mais de 47 milhões de visualizações.
Mac Miller.
Das batidas do hip-hop para músicas de R&B. suas três faixas ganharam ar intimista e acolhedor. Thundercat, baixista e um dos principais nomes do jazz atual, participa do registro. Vale conferir 2009, com um quarteto de cordas. O rapaz morreu um mês depois da divulgação do vídeo.
Lizzo.
O vozeirão da artista, uma das revelações e sensação do momento, impressiona logo de cara. Ganha pontos também o bom humor da rapper, que carinhosamente apelidou o programa de tiny-ass desk, entre outras piadinhas. Truth Hurts e Juice são dois hits seus que entraram no show.
Adele.
Ela era um desejo da produção desde o início da série, ainda que estivesse prestes a estourar. O registro foi feito em 2011, e é possível ver quão informal era: a cantora estava com sua bolsa no colo. Ela aproveitou para apresentar uma novidade na época, Rolling in the Deep.
Leon Bridges.
Uma performance retrô, com duração maior que a comum. O artista trouxe o balanço do soul sessentista, que começa introspectivo na primeira faixa, Comming Home, passando pelo suingue de Smooth Sailin e Twistin’ & Groovin’, para fechar com a bucólica River, no violão.
Cigarettes After Sex.
É daquelas performances em que a gente precisa segurar a respiração para não atrapalhar com o barulho. a dupla mostrou romantismo hipnotizante com K., Apocalypse e Nothing’s Gonna Hurt You Baby, tudo para aproveitar de olhos fechados — como Gonzalez, o vocal, faz.