Protestos contra Bolsonaro e volta de Tiago Iorc marcam o MTV Miaw
Evento de premiação da MTV vai ao ar na noite desta quinta (4)

A segunda edição do MTV Miaw, a premiação do canal para artistas, personalidades e até memes, vai ao ar nesta quinta (4), a partir das 22h no canal, mas o show mesmo rolou na noite de quarta. Diferentemente de outras premiações, saem as categorias melhor banda de pop, rock, cantor e entram crush do ano, hino, ship, e até pet do ano, todos eleitos por voto popular – a exceção ao prêmio de impacto social, dado à jogadora Marta e a Rene Silva, criador do jornal Voz das Comunidades, no Complexo do Alemão.
A noite, com a casa cheia de convidados, Sabrina Sato e Hugo Gloss comandavam a cerimônia. Discursos contra o ódio, racismo e homofobia deram o tom do programa. Por pelo menos duas vezes, houve protestos contra o presidente Jair Bolsonaro e cutucadas dos apresentadores sobre os tempos mais tensos que o Brasil passa, neste último ano.
Entre os destaques, Anitta, que tinha nove indicações, levou três gatos (os prêmios do programa): Clipe do Ano, Pet do Ano e Hino do Ano, com Bola, Rebola, em parceria com Tropkillaz, Zaac e J. Balvin. A plateia não concordou tanto. Quando anunciado os indicados, o barulho maior foi para a cantora Iza. Assim como Larissa Manoela, que ganhou o prêmio Top Live Stories, mas o público chamava por Maísa. Pabllo Vittar faturou como Artista Musica, e Bruna Marquezine, como Ícone Miaw.
No roteiro houve uma homenagem ao cantor Gabriel Diniz, do hit Jennifer, morto em um acidente aéreo, em maio. A música levou o prêmio de Hino de Karaokê.
NOVIDADES
Sensações da música pop atual, Anavitoria e Vitor Kley apresentaram pela primeira vez a música Pupila. “A gente viu um show dele em Porto Alegre e ficamos apaixonadas porque ele é um popstar no palco”, diz Ana. Segundo elas, ficaram amigos e durante o Carnaval deste ano, a parceria começou a se construir. “Eu e a Ana estávamos saindo de um bloco e vimos escrito em uma parede, ‘quem dilata a sua pupila?’, e falei para ela que dava som”, diz Kley.
Também pela primeira vez, Emicida ao lado de Majur e Pabllo Vittar mostraram a faixa Amarelo, lançada no fim de junho. “A música tem o cunho de combate ao suicídio e a gente recebeu muitas mensagens sobre este assunto, relatos de pessoas que pensaram nisso e não foram em diante por causa da música”, conta Majur, cantora não-binária, de Salvador, que ganhou repercussão depois de uma apresentação com Caetano Veloso, e que se prepara para gravar um disco.
“A gente, quanto artista queer, temos a responsabilidade de ajudar os mais novos que estão crescendo e entendendo a bissexualidade, do seu corpo”, diz Pabllo. “Recebo bastante mensagens de fãs que falam em querer sumir, fugir de casa, e a gente tem que cuidar para que elas não passem pelo que a gente passou”, completa. “Acabamos representando elas, seja pelo tom de pele, jeito, a gente ajuda representando”, diz Majur. “Hoje, nós LGBTs, somos a população que mais morre no país. Se for para salvar um, vamos juntos”, completa.