BTS arrebata fãs com samba, português e juntos e shallow now
Grupo coreano se apresentou no Allianz Parque lotado em mais de duas horas e meia de espetáculo
A essa altura do campeonato, provavelmente você já deve ter ouvido sobre o BTS, septeto coreano do k-pop, formado por Jin, V, Suga, J-Hope, RM, Jimin e Jungkook. O alvoroço ao redor do assunto começou em fevereiro, quando o grupo anunciou a apresentação por aqui e os fãs deram início ao acampamento diante do Allianz Parque.
Imagina, então, a ansiedade da chegada do grande dia. Ontem, por volta das 7 horas da manhã, a Avenida Francisco Matarazzo, onde fica o Allianz Parque, estava tão movimentada quanto em um dia de semana normal. Ônibus buscavam lugar para estacionar e carros e mais carros chegavam e desembarcavam a garotada – a maior parte era formada por meninas.
Aliás, quando faltava ainda uma hora para o início do espetáculo, o show era delas. Enquanto videoclipes do septeto eram transmitidos nos telões, a plateia cantava a todo o pulmão, em coreano, ou o que a gente consegue entender como tal. A devoção foi retribuída pelo grupo em incontáveis momentos durante a apresentação. Eles arranharam e muito no português, fizeram juras de amor, e até arriscaram por alguns minutos no samba – sim, tentaram rebolar e a garotada foi ao delírio.
Logo no início, dois grandes tigres infláveis prateados levantaram as patas e o grupo surgiu, já com as fortes batidas do pop, por vezes acompanhadas da aceleração do R&B, e coreografias acompanhadas de algumas dezenas de dançarinos. A música era “Dionysus” e foi seguida por “Not Today”, além de pirotécnica e fogos de artifício. Na platéia, pessoas seguravam bastões de luz, que mudavam de cor de acordo com a música. Estes podiam ser comprados por 250 reais. Preço salgado? Não importa, o visual era de encher os olhos.
O show foi dividido em quatro atos e o bis. O início de cada parte dava a oportunidade de um dos meninos dominarem o palco sozinho. Nenhum fez feio, pelo contrário. Na dúvida se eles estavam cantando mesmo ou não, o espetáculo fez o estádio tremer, mais de uma vez, e isso é para bem poucos. Com coreografia impecável aos olhos da plateia, eles sensualizavam para a câmera de forma coordenada, mordiam os lábios, provocavam as meninas mostrando um pouquinho da barriga.
A cada música, um cenário diferente e foi assim por duas horas e quarenta minutos — incluindo quase dez, ao final, quando cada um mandou o seu recado para os fãs e rolou uma tentativa frustrada de fazer uma ola com o estádio inteiro. Deu para arriscar um balanço com “Boy with Luv”, “Fire” e “Idol” (que lembrou um pouquinho de Gangnam Style, do conterrâneo Psy). “Euphoria” fez Jungkook fazer um passeio aéreo pelo estádio preso em um cabo. Dessa, a turma já partiu para a animada “Fake Love”. Não tinha como escapar de outras igualmente dançantes como “Mic Drop”, “So What” e “Make it Right” e até mesmo um brinquedo inflável, desses de escorregar se abriu no palco.
A longa despedida, quando cada um dos sete reservou minutos para agradecer e descrever o sentimento de estar ali, com menções diretas ao Army e ao Brasil, reforçou o cuidado que o BTS tem com os fãs. Aprenderam português, sambaram, conversaram e mandaram até um “juntos e shallow now” nos discursos para lembrar que neste domingo (26) tem mais, também no Allianz Parque.