Após turnê na Europa, músico de metal contrai bactéria e morre
Guitarrista da banda Rebaelliun, Fabiano Penna morreu aos 42 anos, após cinco dias internado na Santa Casa de São Paulo

Morreu na última terça-feira (27) o guitarrista Fabiano Penna, 42, da banda underground de death metal Rebaelliun. O músico estava hospitalizado há cinco dias na Santa Casa de São Paulo com um quadro grave de infecção bacteriana.
Penna havia acabado de retornar de uma turnê de 22 shows pela Europa quando foi internado às pressas sentindo dores pelo corpo, no dia 23 de fevereiro. Médicos disseram aos familiares que o micro-organismo maligno pode ter sido contraído durante a viagem, mas não informaram o tipo de bactéria. Procurado, o hospital não quis se pronunciar sobre o caso.
“Foi tudo muito rápido e chocante. Em cinco dias perdemos um irmão”, lamenta Lohy Silveira, baixista e vocalista do grupo. “O corpo dele não estava conseguindo reagir aos medicamentos e tiveram até amigos que tentaram buscar outros infectologistas para tentar ajudar no caso, mas não deu tempo”.

Morador de Santa Cecília, Penna era casado e não tinha filhos. Muito envolvido com a cena do heavy metal nacional, ele também atuava como produtor musical, técnico de som e compositor de trilhas sonoras para curtas-metragem. Foi um dos fundadores da banda Rebaelliun em Porto Alegre (RS) no final da década de 1990, cujas influências vão de Slayer à Morbid Angel, ao lado de Silveira, Sandro Moreira (bateria) e Ronaldo Lima (guitarrista).
“Ele era uma pessoa reservada, mas muito alegre e cheio de vida. Sabia a hora certa para encarar o trabalho e a hora de descontrair”, conta Silveira. “Era muito lúcido e pé no chão quanto ao mercado musical e sempre foi dedicado”.

Com três discos lançados, o Rebaelliun voltou à cena em 2015, após um hiato de quinze anos. Lançaram recentemente o EP Bringer of War (The Last Stand) pela gravadora holandesa Hammer Heart.
“Com esse novo trabalho excursionamos por dezenas de países abrindo shows do grupo holandês Pestilence, do qual o Fabiano era fã desde muito novo. Foi uma turnê incrível. Tocamos para vários públicos, alguns de até 800 pessoas, e ele voltou super animado para o Brasil e pensando nos próximos passos”, conta Silveira. Segundo ele, nenhum outro integrante ficou doente durante a viagem. “A gente não consegue entender o que aconteceu porque ninguém pegou essa mesma bactéria, nem os caras da outra banda. Enfrentamos frio de -3 graus, sobretudo no Leste Europeu, em países como Romênia, Eslováquia e Sérvia, tivemos resfriados e espirros, mas nada demais”.