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Ana Frango Elétrico traz bossa nova e indie rock em disco

Cantora carioca é novidade na cena musical

Por Juliene Moretti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 mar 2020, 14h20 - Publicado em 20 mar 2020, 07h00
Ana: disco novo com bossa nova e rock (Divulgação/Veja SP)
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A carioca Ana Fainguelernt, a Ana Frango Elétrico, de nome artístico inspirado numa brincadeira de criança, sai do padrão das revelações musicais da MPB. Aos 22 anos, foge de rimas fáceis sobre amores e desamores e investe numa linguagem poética que brinca com as sonoridades das palavras e as sensações. Com dois discos no currículo, Mormaço Queima (2018) e Little Electric Chicken Heart (2019), foi eleita revelação pela APCA no ano passado. Apesar de tocar piano desde pequena e ter frequentado a Escola de Música Villa- -Lobos, não se via como cantora. “Fui fazer faculdade de pintura, e naturalmente a música começou a tomar um espaço maior, me chamavam para shows”, conta.

A pintura continuou presente e é incluída em suas composições. É possível ver suas obras no videoclipe Roxo, por exemplo, e elementos das artes visuais costumam aparecer em suas letras. “É o nome de uma cor, que eu sugiro na mistura do magenta com o azul”, conta Ana. Em suas pesquisas mais voltadas para a poesia, descobre as possibilidades de buscar detalhes da linguagem e dos sons das palavras. “Tenho dificuldades no fator exposição, para falar de forma direta sobre amores ou as questões político-sociais”, explica. “Ainda que no segundo álbum eu tenha mostrado mais o que sou”, diz a cantora.

Foi em seus estudos também que ela encontrou a vanguarda paulista, em especial Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção, e trouxe as rupturas para sua sonoridade. Uma faixa pode ter a levada da bossa nova, e a próxima quebrar o clima e ir para o caminho do rock. Promessas e Previsões, Tem Certeza?, Torturadores e Caspa são alguns bons exemplos dos caminhos que Ana percorre. Antes das interrupções dos shows, por causa do coronavírus, tinha apresentações marcadas não apenas em São Paulo, mas também uma turnê na Europa, que foi cancelada. Sobre seus shows, apesar de não ter roteiro fechado, afirma seguir um caminho “mais apolíneo do que dionisíaco”. “Tem muito a ver com guitarra e canto, mas não tem muito roteiro”, conclui.

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