Teatro Municipal nega acusação de demissões irregulares
Uma situação incômoda tem provocado mal-estar nas dependências do Teatro Municipal. No último dia 3, a fundação que administra o espaço recebeu três autuações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Fora isso, há acusações do Sindicato dos Músicos por realizar demissões arbitrárias de artistas das formações subordinadas a ela. Nesta quinta (13), representantes do […]
Uma situação incômoda tem provocado mal-estar nas dependências do Teatro Municipal. No último dia 3, a fundação que administra o espaço recebeu três autuações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Fora isso, há acusações do Sindicato dos Músicos por realizar demissões arbitrárias de artistas das formações subordinadas a ela. Nesta quinta (13), representantes do Teatro falaram sobre o caso.
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Nos autos de infração, o desligamento de quinze cantores dos corais Lírico e Paulistano em setembro foi considerado irregular. Além disso, a instituição foi acusada de discriminação de idosos e deficientes físicos e de não ter regulamentada junto ao MTE a situação do Instituto Brasileiro de Gestão Cultural – Organização Social (OS) que gerencia o Municipal desde o ano passado.
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Grimaldi Santiago, assessor especial da presidência do Sindicato dos Músicos de São Paulo, conta que os funcionários do Teatro Municipal são ligados à instituição por contratos temporários, muitos há mais de vinte anos. “A direção reconheceu esse erro e se comprometeu a registrar em regime CLT essas pessoas, mas grande problema é que foram desligados alguns com deficiência física e outros com vários anos de casa.” José Luiz Herencia, diretor executivo da fundação, tratou as afirmações como uma “campanha de inverdades”.
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De acordo com Herencia, é incorreto dizer que os artistas foram demitidos, uma vez que até o começo da gestão atual os vínculos empregatícios eram firmados por meio de contratos temporários renovados a cada três meses. “Desde o início nos comprometemos com a solução dos problemas estruturais mais graves, como o dos contratos”, pontuou.
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Segundo ele, 108 músicos da Orquestra Sinfônica Municipal e do Quarteto de Cordas da Cidade já foram contratados pela CLT desde fevereiro. O plano é que até 2015 a situação dos coralistas também tenha sido regularizada.
Bruno Greco Facio, regente titular do Coro Lírico Municipal, informou que os desligamentos de alguns dos coralistas foram motivados por razões técnicas. “Estamos falando de pessoas que deixaram o grupo porque não atendem as necessidades de performance exigidas”, disse.
Em resposta às acusações de discriminação, Herencia disse que 36% dos cantores do Coro Lírico têm mais de 50 anos e 12% já ultrapassaram a marca dos 60 anos, enquanto 70% dos integrantes do Coro Paulistano já completaram 40 anos e 20% deles atingiu os 50 anos. Ou seja, não são conjuntos de jovens.
O diretor também falou sobre uma funcionária com deficiência, que, segundo relatos, teve a saída motivada por sua condição, mesmo apresentando um atestado médico informando que a cantora estava apta para a função. “O Teatro Municipal nunca prejudicou ou privilegiou qualquer pessoa por alguma característica física que a diferencie das outras, aqui o que importa é se canta bem, toca bem ou dança bem”, comentou.