Um roteiro de charme (imobiliário)
Se você pensa em se mudar, uma dica é aproveitar a calma da cidade dos próximos dias para sair à procura de imóveis. Num lugar como São Paulo, há opções para todos os gostos e bolsos, mas nem sempre é fácil achar o que se procura. As imobiliárias costumam segmentar seus imóveis conforme a localização […]
Se você pensa em se mudar, uma dica é aproveitar a calma da cidade dos próximos dias para sair à procura de imóveis. Num lugar como São Paulo, há opções para todos os gostos e bolsos, mas nem sempre é fácil achar o que se procura. As imobiliárias costumam segmentar seus imóveis conforme a localização ou valor. Mas e se o interessado procura um apartamento com boa arquitetura ou de importância histórica, ou busca uma vista deslumbrante, ou deseja morar num lugar que permita fazer tudo a pé, como faz para achar as opções disponíveis na cidade? De olho nisso, o publicitário José Eduardo Cazarin fundou a Axpe, uma imobiliária que tem em seu portfólio apenas imóveis especiais, “de charme”. Isso não quer dizer que sejam luxuosos. “Saguão com piso de mármore e lustre de cristal definitivamente não faz nosso gênero”, diz ele. Os diferenciais da Axpe são outros: apartamentos e casas quase sem paredes (super lofts), ou com uma ampla área verde em frente, ou com janelões do piso ao teto, ou de estilo vintage, ou com projeto arquitetônico de algum figurão, ou pertinho do agito, ou imersos no silêncio. “O que nossos clientes têm em comum não é a grana, mas um tipo de olhar”, afirma Cazarin. Isso, é claro, não significa que a Axpe tenha imóveis baratos. O mais em conta sai por 600 000 e o mais caro chega a 24 milhões de reais (uma mansão na Zona Sul).
Para apresentar essas pérolas, os corretores (todos egressos de outras atividades, como publicidade, arquitetura, advocacia e moda) têm de aprender sobre design, história da arquitetura paulistana e artes plásticas. O resultado são profissionais com o mesmo repertório dos clientes, que sabem o valor que um paisagismo de Burle Marx ou um projeto de Artacho Jurado agregam a um edifício. “Atendemos principalmente quem valoriza a arte”, diz Cazarin. E será que quem valoriza a arte tem bala para se instalar em endereços assim? “Claro, há muitos profissionais do mercado financeiro e da publicidade com esse perfil. E mesmo quem não tem dinheiro para comprar pode se divertir no nosso site, olhando nossos imóveis como se folheasse uma revista de decoração”. Sonhar continua não custando nada.
- O projeto arquitetônico é o principal atrativo desta casa de 3,8 milhões de reais no Butantã (Foto: Reprodução)