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Hospital psiquiátrico Philippe Pinel é reconhecido patrimônio histórico

Localizado em Pirituba, o sanatório completou noventa anos e foi tombado em 2018

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 21 jun 2019, 06h00 - Publicado em 21 jun 2019, 06h00
O centro médico, na Zona Norte: paciente com “vício em lavoura” (Divulgação/Divulgação)
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Inaugurado em 1929 no bairro de Pirituba, na Zona Norte, o Centro de Atenção Integrada em Saúde Mental Philippe Pinel surgiu por iniciativa do médico Antonio Carlos Pacheco e Silva. Batizado em homenagem ao médico francês Philippe Pinel, foi considerado o hospital psiquiátrico mais moderno da cidade, onde eram atendidos membros da alta sociedade paulistana. Então uma instituição privada, direcionava-se aos “nervosos, psicopatas e toxicômanos”, como dizia um anúncio publicado em edição de 1932 do jornal O Estado de S. Paulo.

Naquela época, reunia cerca de 120 pacientes — havia alguns casos curiosos, como o de um imigrante japonês de 60 anos diagnosticado com “vício em seu trabalho na lavoura”. O pensamento eugenista, comum no princípio do século XX, também levava à internação de homossexuais e de mulheres que apresentavam “interesse excessivo pela leitura”. O sanatório é objeto de uma dissertação de mestrado do linguista Antonio Ackel na Universidade de São Paulo (USP), em que ele analisa prontuários e cartas redigidos até o hospital tornar-se propriedade do estado, em 1944.

Nesse ano, as mulheres passaram a constituir uma grande parcela dos pacientes. Havia até um cassino, utilizado pelos maridos das internadas. Em 1984, o local tornou-se oficialmente de uso misto. A estrutura, que inclui seis pavilhões, o prédio da administração, a biblioteca e antigas residências médicas, foi tombada em 2018 pelo Condephaat, o conselho estadual de preservação do patrimônio histórico. Atualmente o centro emprega 460 funcionários e atende 500 pessoas, entre dependentes químicos e doentes mentais.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 26 de junho de 2019, edição nº 2640.

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