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Principal reduto de compra e venda de veículos usados, o feirão do Anhembi acontece há 42 anos

Desde 1982, vendedores e compradores reúnem-se aos domingos no estacionamento do Anhembi, em Santana, para o tradicional feirão de carros usados. O evento surgiu em 1974 a quilômetros dali, na Praça Charles Miller, ao lado do estádio do Pacaembu, com o programa de televisão Feira Livre do Automóvel. Transmitido ao vivo pela TV Gazeta e […]

Por VEJA SP
Atualizado em 25 fev 2017, 20h49 - Publicado em 1 dez 2016, 18h25
Feira de automóveis no estaciomento do Anhembi. (/)
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Feira de automóveis no estaciomento do Anhembi.

O espaço em 1982: era de ouro do Fusca e do Corcel (Foto: Claudio Larangeira)

Desde 1982, vendedores e compradores reúnem-se aos domingos no estacionamento do Anhembi, em Santana, para o tradicional feirão de carros usados. O evento surgiu em 1974 a quilômetros dali, na Praça Charles Miller, ao lado do estádio do Pacaembu, com o programa de televisão Feira Livre do Automóvel. Transmitido ao vivo pela TV Gazeta e inspirado em atrações idênticas exibidas nos estados Unidos, ele era apresentado pelo humorista Walter Ribeiro dos Santos, que, de microfone em punho, pechinchava descontos e intermediava os negócios.

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Já na edição de estreia, 2 000 unidades foram expostas, principalmente de modelos comuns na época, como Fusca, Kombi e Corcel. Grande parcela das transações era feita com dinheiro vivo. Em pouco tempo, o encontro tornou-se o maior ponto para a venda de veículos no Brasil e, em busca de mais espaço, migrou para a Zona Norte.

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No início dos anos 90, com o anúncio do Plano Collor, que confiscou as economias de boa parte dos brasileiros, os frequentadores passaram a trocar seus veículos por terrenos, casas e outros possantes de menor ou maior valor. “O pessoal não tinha dinheiro na mão nem para pagar o ingresso”, relembra o empresário Eduardo dos Santos, neto do fundador e o atual organizador da iniciativa.

Hoje, os vendedores não precisam mais passar a noite na fila para conseguir um lugar estratégico, de modo a comercializar seu carro com mais rapidez. Basta adquirir uma entrada, por valores a partir de 88 reais, escolher em um mapa o local em que deseja ficar e aparecer na hora da abertura dos portões, às 6 da manhã. Mesmo assim, há quem opte por chegar às 2 da madrugada, para se preparar. “Existem coisas que a modernidade não consegue mudar. Tradição é isso”, diz Santos.

Atualmente, os automóveis campeões de procura são Gol, Celta e Palio. Nos últimos anos, o feirão perdeu espaço para sites e até aplicativos especializados que intermedeiam as compras, mas continua reunindo cerca de 5 000 ofertas por fim de semana. Nesses 42 anos de história, mais de 24 milhões de pessoas visitaram o evento, e 3 milhões de vendas foram concretizadas.

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