Onde anda Mequinho, ícone do xadrez brasileiro nos anos 70
O filme O Dono do Jogo estreou nas telas brasileiras na última quinta-feira (28) com a história do norte-americano Bobby Fischer (1943-2008), considerado um dos maiores jogadores de xadrez de todos os tempos. O auge de sua fama ocorreu durante os anos 70, quando fez jogos memoráveis contra o soviético Boris Spassky. Na mesma época, o Brasil assistia ao […]

O filme O Dono do Jogo estreou nas telas brasileiras na última quinta-feira (28) com a história do norte-americano Bobby Fischer (1943-2008), considerado um dos maiores jogadores de xadrez de todos os tempos. O auge de sua fama ocorreu durante os anos 70, quando fez jogos memoráveis contra o soviético Boris Spassky.
Na mesma época, o Brasil assistia ao maior nome do xadrez nacional mostrar seu talento em torneios internacionais. Talento precoce, Henrique da Costa Mecking, o Mequinho, ganhou o título de “Grande Mestre Internacional” quando tinha apenas 20 anos de idade.

Mequinho alcançou o status de celebridade nacional, foi capa de várias revistas e era convidado a participar de programas de televisão
O enxadrista chegou a ser o terceiro melhor do mundo pelo ranking da Federação Internacional de Xadrez (FIDE), em 1978, atrás apenas dos russos Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi. Venceu dois Torneios Interzonais, que classificava para o Torneio de Candidatos, o primeiro em 1973 em Petrópolis, Rio de Janeiro, e o segundo em 1976, em Manila, nas Filipinas.
Neste período, Mequinho tornou-se uma celebridade do esporte nacional e era frequentemente convidado a participar de programas de televisão.
Hoje com 64 anos, ele ainda joga quase diariamente e disputa competições estaduais de xadrez no interior do Estado. Em 2014 e 2015, ficou em primeiro lugar nos Jogos Regionais de São Paulo.
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Membro ativo na Renovação Carismática Católica de Taubaté, cidade em que vive, cita com orgulho: “Jesus operou milagres em minha vida. Se não fosse a minha fé, hoje não estaria saudável e ainda fazendo planos”. Em 1976, ele descobriu uma grave doença, a miastenia – enfraquece os músculos, inclusive respiratórios e da fala -, que levou embora os sonhos de sua juventude. Na época, com 26 anos, ele precisou abandonar o esporte, por ordens médicas.
Mequinho não largou os tabuleiros e ainda participa de torneios estaduais, em cidades do interior paulista
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Hoje, sentindo-se quase totalmente curado, ele faz questão de mostrar sua vitalidade: “Corro 5 quilômetros como se tivesse 25 anos”. O sonho de ser o melhor do mundo foi interrompido há 38 anos, porém, não chegou a ser esquecido. “Ainda neste ano irei participar de uma competição internacional importante, estou atrás de patrocínio, mas sei que chegarei lá”, conta.
Com reportagem de Andreza Monteiro