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Peça ‘O Rei da Vela’ volta aos palcos após cinquenta anos

A obra de Oswald de Andrade tem nova versão do Teatro Oficina com os mesmos Zé Celso e Renato Borghi no elenco

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 13 out 2017, 06h00 - Publicado em 13 out 2017, 06h00
A montagem original, em 1967 (Arquivo Teatro Oficina/Veja SP)
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Escrita por Oswald de Andrade em 1933, a peça O Rei da Vela permaneceu inédita até o ator Renato Borghi achar uma empoeirada edição do texto na estante de sua casa. O Teatro Oficina, comandado por Borghi e pelo diretor Zé Celso Martinez Corrêa, decifrou nas palavras do autor modernista uma mensagem capaz de sacudir o público naquela fase inicial da ditadura militar.

Em setembro de 1967, O Rei da Vela reinaugurou o novo Oficina, na Rua Jaceguai, destruído por um incêndio no ano anterior, e a encenação comandada por Zé Celso tornou-se um marco de resistência política e de ousadias estéticas. A montagem está para o teatro brasileiro como o filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, está para o cinema ou o disco Tropicália, de Caetano Veloso e Gilberto Gil, está para a música.

o rei da vela
Borghi: de volta ao papel de Abelardo (Jennifer Glass/Veja SP)

Inovador, Zé Celso apresentou uma provocação ao regime em diálogos coloquiais e debochados repletos de referências das artes plásticas e do cancioneiro popular. Na história, o agiota Abelardo enriquece à custa da penúria alheia e da frágil moral burguesa. Sua derrocada se dá quando ele é trapaceado por um sujeito mais vil, que rouba seu posto.

Além de Borghi, Ítala Nandi, Henriqueta Brieba, Etty Fraser, José Wilker e Fernando Peixoto passaram pelo elenco. Cinco décadas depois, O Rei da Vela retorna para fazer outro grande barulho. Desta vez será no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em nova versão com Borghi, de volta ao papel de Abelardo.

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Com estreia no sábado (21), o espetáculo reúne outros treze atores — entre eles, Zé Celso, que, além de dirigir o espetáculo, interpreta a virgem Dona Poloca —, traz a cenografia original de Hélio Eichbauer e promete sessões aos sábados, às 19h, e aos domingos, às 18h, até 19 de novembro, com ingressos a 50 reais.

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