Fiat Tipo – o carro com fama de pegar fogo
Um problema mecânico deu fama de incendiário ao automóvel
Em 1990, o Brasil começou a receber os primeiros carros importados, depois de um longo período de ausência. Alguns desses modelos eram bem avançados comparados aos automóveis nacionais da época, e caíram imediatamente no gosto do público. Um dos mais desejados foi o Fiat Tipo, trazido da Itália a partir de 1993, que rapidamente se tornou um dos mais vendidos do mercado, competindo com carros populares como o Gol e o Uno. A partir de 1995, ele passou a ser fabricado no Brasil, com uma pequena alteração no motor.
O carro era moderno e estiloso, mas um problema começou a se tornar comum: o carro se incendiava sozinho, sem razão aparente. Isso aconteceu tantas vezes,que a fama de incendiário se espalhou tão rápido quanto as chamas do próprio carro. Em pouco tempo, até uma entidade foi criada, a Associação das Vítimas de Incêndio do Tipo (Avitipo).
Na verdade, o problema mecânico que provocava os incêndios só ocorria no carro importado e em alguns casos muito específicos, mas a recorrência do problema fez com que a fama se espalhasse. O Tipo importado tinha um problema na mangueira de fluido hidráulico, que se rompia com o uso constante e o líquido vazava sobre o coletor de escape do motor que, por estar aquecido, causava o fogo.
O problema surgia após o uso contínuo da direção hidráulica, como manobrar para estacionar, por exemplo. Por isso, a maioria dos incêndios ocorria quando o veículo era deixado estacionado, logo depois do dono sair dele.
Com os modelos fabricados no Brasil, esse problema não acontecia. Quanto à Avitipo, alguns proprietários lutam até hoje na justiça por indenizações causadas pelos mais de 100 incêndios registrados no carro, que acabou sumindo das ruas em pouco tempo, tendo sido fabricado somente até 1997.