Criada nos anos 60, estátua de São Pedro teve trajetória curiosa
Obra que retratava o santo feita para presentear o papa Paulo VI foi exposta na Praça da Sé, mas acabou incinerada em 2013
Em 1968, o artista Agenor Francisco dos Santos esculpiu em madeira um monumento de 12 metros de altura e 31 toneladas. Tratava-se de uma estátua de São Pedro, um dos doze apóstolos de Jesus, pensada para presentear o papa Paulo VI. Era uma retribuição à rosa de ouro que o pontífice oferecera pouco antes ao Santuário de Aparecida. No entanto, a enorme tora de peroba nunca chegou ao Vaticano. A dificuldade e o alto custo do transporte inviabilizaram a ideia.
Construída dentro das dependências da prefeitura de São Caetano do Sul, a peça ficou exposta por alguns meses na Praça da Sé, na década de 70. Depois, porém, caiu no esquecimento. Acabou abandonada no Parque Ibirapuera. Em 1975, o então prefeito da cidade da Grande São Paulo, Walter Braido, convocou Santos para restaurar a escultura. Serviço feito, ela foi exibida em frente ao câmpus da atual Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
Em 1991, devido às obras de um novo prédio na instituição, o monumento passou por outra renovação. Contudo, em 2006, por motivos de segurança, precisou ser removido. Um laudo constatou danos irreversíveis em sua estrutura. Em 2013, a estátua foi incinerada. “Era uma obra surpreendente e, no fim, terminou infestada de cupins”, relembra o professor de administração da USCS Joaquim Celso Freire Silva, 66.