Conheça a história da tradicional Corrida de São Silvestre
Realizado sempre no último dia do ano, o evento tem inspiração em uma prova noturna francesa
Em 1924, o jornalista Cásper Líbero, fundador do jornal A Gazeta Esportiva, acompanhou uma corrida noturna em Paris, na França, na qual os participantes carregavam tochas acesas durante o percurso. No retorno ao Brasil, ele se inspirou também em outras provas de rua realizadas antes por aqui, como as Voltas de São Paulo (1918) e de Piracicaba (1919), para criar a Corrida de São Silvestre, que se tornaria uma das mais tradicionais do país, disputada sempre no último dia de dezembro.
A primeira edição, realizada um ano depois, contou com sessenta atletas inscritos. Destes, 48 apareceram para correr e 37 foram classificados — pelo regulamento, era preciso chegar até três minutos após o primeiro colocado. O pelotão largou do Parque Trianon às 23h40 do dia 31 de dezembro e após 6 quilômetros, nos primeiros minutos de 1926, começou a cruzar a linha de chegada, às margens do Rio Tietê. O vencedor foi Alfredo Gomes, do clube Esperia, com o tempo de 23min10s. Por dezesseis anos, apenas atletas paulistas venceram a São Silvestre. A supremacia foi quebrada em 1941, com a vitória do mineiro José Tibúrcio dos Santos.
Em 1948, a organização, diante dos milhares de pedidos de inscrição, resolveu limitar o número de participantes. Assim, passou a realizar preliminares por todo o Brasil. Cada estado podia enviar o primeiro colocado dessa fase. São Paulo tinha o direito de selecionar 250 corredores. Em 1953, cerca de 800 000 espectadores foram acompanhar as passadas do checo Emil Zatopek, também conhecido como Locomotiva Humana, que havia conquistado três medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia, no ano anterior. A prova passou por várias alterações ao longo dos anos. Até 1989 era realizada à noite, mas migrou para a tarde. Dois anos depois, atingiu a sua extensão atual, com 15 quilômetros (antes variava de 6 a 13 quilômetros).