‘Wicked’ promete encantar todos os públicos com adaptação sensacional
Cynthia Erivo e Ariana Grande formam a dupla perfeita em filme de Jon M. Chu, que emociona fãs de musical ou não
Enfim, doze anos após o anúncio, as bruxas Elphaba e Glinda vão dos palcos às telonas na aguardada adaptação cinematográfica de Wicked. Fãs de musical podem respirar aliviados, o filme mantém a magia viva e respeita a essência da obra original, de 2003, composta por Stephen Schwartz com libreto de Winnie Holzman, inspirada no livro de 1995 de Gregory Maguire.
A espera valeu a pena graças ao brilho, carisma e vozes poderosas das protagonistas, às escolhas do diretor Jon M. Chu e ao roteiro eficaz de Winnie Holzman e Dana Fox. Chu optou por dividir o enredo em duas partes, como dois atos, e incluir todas as músicas e fios narrativos fundamentais.
Ambientado na Terra de Oz antes da chegada de Dorothy, o longa remonta ao encontro de Elphaba (Cynthia Erivo), a jovem de pele verde, e Glinda (Ariana Grande), a garota mais popular da escola, sempre vestindo rosa, na Universidade Shiz.
Em lados opostos do espectro social, surge uma amizade improvável entre as duas, que compartilham segredos do passado e se ajudam para ascender na hierarquia dos estudos de magia.
De olho no dom extraordinário de Elphaba, a diretora Madame Morrible (Michelle Yeoh) mostra interesse em lecionar para a aluna e apresentá-la ao Mágico de Oz (Jeff Goldblum). No entanto, a corrupção no governo vem à tona e cria-se uma instabilidade generalizada. Cabe às duas amigas decidirem que caminho seguir — o que será desenvolvido no próximo filme.
Cynthia imprime grande intensidade ao arco dramático de Elphaba, que vai de idealista à temida Bruxa Má do Oeste, enquanto Ariana cativa o espectador com timing cômico impecável e uma Glinda cheia de nuances. Canções como Defying Gravity e Popular são apresentadas com grandiosidade.
Nem se vê passar as duas horas e 41 minutos de filme, que tem design de produção deslumbrante. Uma das maiores produções do ano, emociona e dá gosto de assistir.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 22 de novembro de 2024, edição nº 2920