‘Virgínia e Adelaide’: Jorge Furtado e Yasmin Thayná exaltam a psicanálise
Filme de época narra o encontro entre uma judia exilada no Brasil durante o nazismo e sua primeira paciente

Os diretores Yasmin Thayná e Jorge Furtado mergulharam na história real das psicanalistas Virgínia Bicudo e Adelaide Koch, interpretadas por Gabriela Correa e Sophie Charlotte. Em cartaz nos cinemas, “Virgínia e Adelaide” soa como uma exaltação à psicanálise e às duas, no intuito de jogar luz sobre sua importância.
O filme narra o encontro entre as duas em 1937. A brasileira (Virgínia) foi a primeira paciente da psicanalista alemã e judia (Adelaide) no país, que se exilou aqui por conta do nazismo. Enquanto a terapeuta foge do antissemitismo, a paciente compartilha dores e cicatrizes do racismo. É aí que elas se conectam.

Com a construção do vínculo entre as duas, muito apoiado no exercício da troca e da empatia, Virgínia torna-se a primeira psicanalista brasileira e uma figura histórica por introduzir o método terapêutico criado por Sigmund Freud no país — mesmo que ela não seja tão conhecida. Bem centrado nas duas e nos diálogos, o longa busca encontrar vocação nas frases de efeito do roteiro, muito pautadas pela psicanálise, e mostrar a determinação e coragem de Virgínia na época.
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de maio de 2025, edição nº2944.