‘Um Completo Desconhecido’ celebra Bob Dylan, mas beira superficialidade
Timothée Chalamet convence no papel do artista em cinebiografia dirigida por James Mangold e indicada ao Oscar

Mais uma cinebiografia musical entra em cartaz. O artista da vez é Bob Dylan, encarnado com boas semelhanças por Timothée Chalamet. Indicado ao Oscar de melhor filme, Um Completo Desconhecido, de James Mangold, acompanha a ascensão do artista folk à fama. Conquista o público, especialmente pelas composições.
Em paralelo, lida com amores e colegas, como Sylvie Russo (Elle Fanning), Joan Baez (Monica Barbaro) e Johnny Cash (Boyd Holbrook). Dylan começa a querer mudar seu trabalho, mas sente a pressão da gravadora.
A impressão que dá ao final é que não o conhecemos de fato — uma abordagem diferente para o formato, que cai às vezes na superficialidade. Isso foi intencional. “Existe uma natureza misteriosa na arte dele”, diz Mangold, em conferência para jornalistas.
O diretor conta que o artista participou da produção e contribuiu com “sabedoria emocional”. Um dos pedidos foi manter a identidade de Suze Rotolo em anonimato — Sylvie Russo entrou no lugar.
“Isto é música folk, é sobre as imperfeições”, afirma Chalamet, no evento.
Traz uma discussão bem conhecida na indústria: fidelidade a gêneros musicais e embate entre artista e gravadora.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 28 de fevereiro de 2025, edição nº 2933