Indicado ao Oscar, ‘Trilha Sonora para um Golpe de Estado’ é surpreendente
Documentário com depoimentos de Louis Armstrong, Nina Simone e John Coltrane é um dos favoritos na categoria

Indicado ao Oscar de melhor documentário, Trilha Sonora para um Golpe de Estado brilha na categoria e é um dos favoritos a levar o prêmio. O filme do diretor belga Johan Grimonprez, em cartaz nos cinemas, exibe genialidade, principalmente pela estrutura dinâmica adotada e domínio do assunto.
Ele investiga como o jazz foi usado como ferramenta para o colonialismo e a expansão cultural americana durante a Guerra Fria.
O pano de fundo é a história da independência do Congo. Quando se libertou, o país africano virou palco de um conflito entre Estados Unidos e União Soviética. A diplomacia americana usou artistas negros (sem a ciência deles) para espionar.
O ponto de partida do documentário são os protestos da cantora Abbey Lincoln e do percussionista Max Roach no Conselho de Segurança da ONU, em 1961, para denunciar o assassinato do líder congolês Patrice Lumumba.
Após esse episódio, o filme apresenta imagens de arquivo, depoimentos de nomes como Louis Armstrong, Nina Simone e John Coltrane, performances e gráficos, para entender como a música foi uma peça no jogo de xadrez da política global.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 7 de fevereiro de 2025, edição nº 2930