‘Ruptura’ expande labirinto de mistérios em temporada ambiciosa e vistosa
Após uma estreia perfeita e três anos de pausa, série dirigida por Ben Stiller e criada por Dan Erickson retorna com visual elevado; Vejinha já assistiu

Se a primeira temporada de Ruptura tinha uma atmosfera intrigante, a palavra que define a segunda leva é “angustiante”. Mesmo com tantas perguntas sobre o funcionamento da Lumon, havia uma certa ordem no desenvolvimento do enredo, capaz de gerar o mínimo de satisfação ao assistir.
Agora que já conhecemos o funcionamento da empresa, que separa as vidas pessoal e profissional dos funcionários, os fatos ocorrem em uma sucessão desenfreada, com mais dúvidas e menos respostas.

A produção dá continuidade aos acontecimentos dos últimos capítulos, quando os “innies” tiveram 39 minutos de liberdade no mundo real. Os eixos narrativos de Mark S. (Adam Scott), Helly (Britt Lower), Irving (John Turturro) e Dylan (Zach Cherry) ficam mais complexos e ganham mistérios próprios.

A intenção é expandir o labirinto sem chegar a conclusões. Aliás, parece que não estamos nem perto. A trama ambiciosa se desenrola bem, chegando quase ao nível da primeira temporada — que é simplesmente perfeita.
Por outro lado, direção de arte se eleva. O visual é impecável, com cenários majestosos — caso da sede da empresa e de um retiro na neve —, proporções opressivas e um forte simbolismo. O elenco faz um trabalho estupendo, interpretando dois papéis com sutilezas . Vale um destaque também para o trabalho afiado de edição.

A trama detalhista recebeu investimento de 20 milhões de dólares por episódio, segundo informações da Bloomberg. O primeiro deles estreia nesta sexta (17) e outros nove chegam ao Apple TV+ semanalmente.
NOTA: ★★★★☆
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de janeiro de 2025, edição nº 2927