Documentário sobre Rita Lee foge da caretice para homenagear artista
Com entrevistas e imagens inéditas, 'Ritas' busca fazer sentir, em uma conversa íntima sobre passado, presente e futuro

Um documentário sobre Rita Lee (1947-2023) pode e deve ser tudo, menos careta. Não combinaria nada com a artista paulistana, sempre à frente do tempo, narrar sua trajetória com o formato desgastado de entrevistas como fio condutor ou relatar tim-tim por tim-tim do nascimento à morte.
Com direção de Oswaldo Santana e Karen Harley, Ritas é um acerto, pois se preocupa mais em fazer sentir do que em cumprir uma lista de tarefas biográficas.
A cantora já teve imagem, história e trabalho bem explorados pela mídia durante a vida. Agora, é hora de sentar à mesa com ela, em uma conversa íntima para relembrar o passado e olhar para o futuro.
A própria Rita age como narradora do documentário, por meio de diversas entrevistas ao longo da carreira, incluindo a última que concedeu, inédita. Imagens do arquivo pessoal da artista, como apresentações e referências, também podem ser vistas pela primeira vez.
Ritas mostra como ela é, até hoje, uma das figuras mais carismáticas e autênticas na história do país. A dupla de diretores conseguiu fazer esse retrato muito bem, com ótimas escolhas de direção de arte e trilha sonora cheia de hits.
Uma verdadeira viagem psicodélica ao mais profundo “eu” de Rita Lee. Estreia em 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, que a artista adotou como data de aniversário.
Publicado em VEJA São Paulo de 16 de maio de 2025, edição nº 2944
NOTA: ★★★★☆