‘Operação Vingança’: um prato que se come cru mesmo
Filme de James Hawes não preenche lacunas emocionais que ele mesmo abre e se beneficiaria de mais leveza e coerência

Faz um tempo que filmes de espionagem têm uma pegada mais tecnológica do que aquela ação explosiva de antes. Operação Vingança, de James Hawes, segue a mesma toada.
Rami Malek interpreta Charlie Heller, um agente muito inteligente, principalmente em se tratando de computação, mas que não sabe apontar uma arma.
Quando a esposa, Sarah (Rachel Brosnahan), é morta por uma organização criminosa da Rússia, ele sai em busca de vingança de cada envolvido no assassinato. Até passa por um breve treinamento, mas são seus conhecimentos tecnológicos que os guiam.
Enquanto tenta encontrar o chefe do crime, precisa fugir de agentes da própria CIA que querem interromper sua missão.
Ao final, a sensação é de que toda essa situação foi pura vingança à toa, sem preencher as lacunas emocionais que o próprio filme abre, como o silêncio deixado pela morte da esposa.
O longa também se beneficiaria de mais leveza e coerência, como quando Charlie consegue hackear com facilidade o celular de agentes secretos.
As cenas de confronto são bem executadas, sendo a melhor delas, sem dúvidas, a da piscina do hotel.
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 17 de abril de 2025, edição nº 2940