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Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

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‘Oeste Outra Vez’ expõe masculinidade frágil em belo faroeste de Goiás

Ângelo Antônio e Babu Santana estrelam filme de Erico Rassi em sertão goiano quase sem mulheres

Por Mattheus Goto
4 abr 2025, 06h00
Babu Santana e Ângelo Antônio: cena de 'Oeste Outra Vez'
Babu Santana e Ângelo Antônio: cena de 'Oeste Outra Vez' (O2 Play/Divulgação)
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O Oeste do Brasil tem particularidades e complexidades difíceis de decifrar. Oeste Outra Vez finca a bandeira nesse território, cria uma atmosfera inóspita e transforma o gênero americano do faroeste em algo totalmente brasileiro.

O filme de Erico Rassi tem a premissa simples de uma vingança pessoal no sertão de Goiás. Totó (Ângelo Antônio) quer matar Durval (Babu Santana) por ter “roubado” sua mulher, Luiza (Tuanny Araújo). Contrata o atirador Jerominho (Rodger Rogério) para dar conta do recado, mas a missão falha e o rival contra-ataca com seus próprios capangas.

A trama, que pode parecer superficial, ganha contornos profundos graças à direção e à fotografia, que olham para os vazios nos espaços em que estão. A única cena em que uma mulher aparece é a primeira, quando Luiza abandona os dois brutamontes. Outras também são citadas por terem tomado a mesma atitude.

Sem personagens femininos, o longa caminha em uma linha tênue entre crua realidade e quase distopia, o que gera reflexão e soa como um basta ao machismo. A sós, os homens precisam lidar consigo mesmos. A solidão revela suas fragilidades e expõe a violência uns contra os outros.

Até quem não fazia parte desse duelo paga o preço, como Ermitão (Antonio Pitanga). Eles se mostram seres tristes, inseguros e amargurados pois nunca desconstruíram a masculinidade. O egoísmo e narcisismo viram uma arma contra si próprios.

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O perfil surge como análise dessa região do país, cuja ambientação seca é apresentada com uma precisão imersiva pela direção de arte, junto do retrato dessa masculinidade — com pilhas de louça suja e lixo espalhado pelas casas.

Assim como a série Adolescência, da Netflix, nos mostra, os homens devem ser incluídos no debate sobre igualdade de gênero.

NOTA: ★★★★☆

Publicado em VEJA São Paulo de 4 de abril de 2025, edição nº 2938

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