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Filmes e Séries - Por Mattheus Goto

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‘O Aprendiz’ faz duras críticas a Donald Trump e é boicotado pelo político

Sebastian Stan encarna o 45º presidente norte-americano ao pé da letra em drama biográfico que termina em tragédia

Por Mattheus Goto
Atualizado em 18 out 2024, 01h02 - Publicado em 17 out 2024, 18h00
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Ganância e egoísmo em 'O Aprendiz': retrato negativo de Trump (Sebastian Stan) em suas relações com Roy Cohn (Jeremy Strong) (Divulgação/Divulgação)
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Semanas antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, um filme entra em cartaz com muito a dizer sobre um dos candidatos. Dirigido por Ali Abbasi, O Aprendiz narra a ascensão de Donald Trump como empresário no mercado imobiliário nas décadas de 1970 e 1980.

A premissa pode parecer favorável ao político, mas o longa tece duras críticas à índole de Trump. O ator Sebastian Stan encarna o 45º presidente norte-americano ao pé da letra, com os maneirismos, o modo de falar e se portar e, claro, o corte de cabelo. Junto da performance, o roteiro é fundamental para a construção de um personagem vil, a cada fala mais desprezível.

Além de captar os pequenos detalhes da figura, um motivo principal põe em xeque seus princípios: a escalada ao sucesso às custas de Roy Cohn (1927-1986), interpretado com primor por Jeremy Strong. O advogado influente apadrinha Trump e mostra-lhe o caminho das pedras, mas se vê enganado quando o empresário atinge o status desejado. Com um final devastador, esse é o grande foco do longa.

Ivana Trump (Maria Bakalova) em cena de 'O Aprendiz'
Ivana Trump (Maria Bakalova) em cena de ‘O Aprendiz’ (Divulgação/Divulgação)

A direção de Abbasi conduz cada personagem como em um show de marionetes, na palma de sua mão, arrematando a narrativa com um retrato da destruição ao redor de Trump. Não à toa, o próprio diretor definiu o filme como uma “tragédia humana” à mídia americana.

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Também ganha destaque o desdobramento da relação com Ivana (1949-2022), vivida por Maria Bakalova.

Há inúmeras referências para acontecimentos históricos. Como era de se esperar, o político tentou barrar a produção e criticou-a: “É um trabalho barato, difamatório e politicamente repugnante”. Resta acompanhar agora os próximos capítulos da disputa.

NOTA: ★★★★☆

Publicado em VEJA São Paulo de 18 de outubro de 2024, edição nº 2915

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