Novo ‘Quarteto Fantástico’ evoca espírito das HQs com toque divertido
Estrelando Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn Ebon Moss-Bachrach, remake aposta no desenvolvimento dos personagens

O novo Quarteto Fantástico consegue o difícil feito de evocar o espírito dos quadrinhos de Jack Kirby e Stan Lee. Com direção de Matt Shakman, a quarta versão do grupo de super-heróis no cinema, agora no Universo Cinematográfico da Marvel, atrai a audiência por não se levar a sério.
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos conta, em uma breve introdução, como os astronautas Reed (Pedro Pascal), Susan (Vanessa Kirby), Johnny (Joseph Quinn) e Ben (Ebon Moss-Bachrach) ganham superpoderes quando uma missão espacial dá errado. É interessante a preferência pelos nomes reais dos personagens, e não os codinomes de herói — que deixa clara a intenção de humanizá-los.

Com a confiança da população, eles entram em ação quando surge a ameaça da Surfista Prateada — originalmente uma figura masculina. A escalação de Julia Garner para o papel é mais uma mudança bem-vinda e bem executada — essencial para o sucesso do filme ao final. Ela é uma mensageira de Galactus (Ralph Ineson), o “engolidor de mundos” que quer acabar com a Terra. Os quatro heróis tentam negociar com o vilão, mas ele só poupará a vida do planeta em troca do bebê de Reed e Susan. Começa uma batalha e a busca por uma solução.

Cada protagonista é bem desenvolvido, com a exceção de Reed, que acaba ficando um pouco monótono. Talvez o papel exigisse uma postura mais sisuda e intelectual que a acolhedora que Pascal transmite. O filme se arrasta em certos momentos, nos quais dinamismo serviria como um retoque final eficaz. Mas isso não prejudica a experiência total, divertida, afinal. Junto de Thunderbolts* (2025), mostra um novo momento da Marvel, que sem o mesmo sucesso de bilheteria de antes busca investir nas histórias e seus personagens.
Publicado em VEJA São Paulo de 1º de agosto de 2025, edição nº 2955