‘Moana 2’ flutua pelas mitologias da Polinésia ao tentar retomar sucesso
A nova animação da Disney tem diretores nascidos nas Ilhas Samoa, mas se apressa e transparece que é série transformada em filme
A princesa oceânica da Disney está de volta para mais aventuras em Moana 2. A animação em cartaz nos cinemas foi originalmente planejada para ser uma série e acabou sendo transformada em um filme após o diretor executivo do estúdio, Bob Iger, gostar do que viu na sala de edição.
A produção dá continuidade à primeira parte, de 2016, e tenta seguir a mesma fórmula que conquistou fãs ao redor do mundo, agora com um trio de diretores estreantes no lugar dos veteranos John Musker e Ron Clements.
A direção assume um papel — e uma intenção do estúdio — ainda mais relevante na produção, com Dave Derrick Jr., Jason Hand e Dana Ledoux Miller na chefia, pois dois deles (Dave e Dana) nasceram nas Ilhas Samoa, no Sul do Pacífico. A escalação mostra o comprometimento com a narrativa, recheada de mitologias.
Anos após ser encarregada por ancestrais e forças misteriosas do oceano para restaurar a ordem da natureza e salvar seu povo, Moana (dublada em inglês por Auli’i Cravalho) recebe um chamado para encontrar outras ilhas, dispersadas pelo deus Nalo (Tofiga Fepulea’i), e descobre uma maldição na Ilha Motufetu.
Viajando por águas distantes e perigosas, conta com a ajuda do semideus Maui (Dwayne Johnson), de novos parceiros tripulantes e dos mascotes carismáticos Hei Hei e Puá, o galo e a porquinha.
É uma narrativa refrescante, mesmo quando as sequências musicais não são tão marcantes. A mudança de série para filme transparece quando as apresentações a personagens ficam apressadas. Mas a protagonista é um caso excepcional, que merece todos os holofotes.
“Não é com frequência que vemos artistas do Pacífico ter um palco global como esse”, diz Dana, em entrevista exclusiva a Vejinha. “Moana mudou o jeito de me ver como cineasta”, ela acrescenta.
“Eu me identifico com ela, meu filho se identifica com ela”, comenta Dave. “Moana tem um poder de conectar pessoas do mundo inteiro com a empatia.”
NOTA: ★★★☆☆
Publicado em VEJA São Paulo de 29 de novembro de 2024, edição nº 2921